I – INTRODUÇÃO
Desde os tempos bíblicos existem famílias cuja composição foge ao padrão comum de pai, mãe e filhos. Hoje em dia, em consequência de uma série de fatores sociológicos, tecnológicos e até espirituais, a proporção de famílias que fogem ao padrão, digamos, “normal”, é cada vez maior.
Observando o propósito de Deus, revelado nas Escrituras, de abençoar “todas as famílias”, e sendo a Igreja o instrumento com o qual o Senhor conta para ministrar sua bênção ao mundo, ela precisa estar preparada para acolher as pessoas oriundas de todos os tipos de núcleos familiares, admitindo-os como parte de si mesma. O desafio não é pequeno, mas as dimensões do amor do Deus que nos chamou são suficientemente amplos para nos alcançar e nos levar até bem mais longe do que se poderia imaginar.
II – NOVOS TIPOS DE FAMÍLIA QUE NÃO SÃO TÃO NOVOS ASSIM
1. Mulher divorciada ou separada do marido de outras maneiras, com filhos para cuidar – Gn 21.14. Observação: A proporção de famílias brasileiras em que não está presente a figura de um pai é de 27,3%.
2. Viúva, sozinha, cuidando dos filhos e/ou enteados e/ou genros e/os noras – Rt 1.16-18.
3. Pai separado da esposa ou viúvo, em situação semelhante às apresentadas anteriormente – Et 2.5-7.
4 . Irmãos vivendo sozinhos, em conseqüência da morte, afastamento ou abandono dos pais. Observação: Um fator que tem dado origem a muitas famílias desse tipo são as migrações internas e externas.
5. Casais sem filhos.
III – SITUAÇÕES NOVAS, VIVIDAS EM FAMÍLIAS DE COMPOSIÇÃO CONVENCIONAL OU NÃO
1. Filhos gestados no ventre de mães “emprestadas”. A “mãe emprestada” pode ser a avó, uma tia ou até uma pessoa completamente estranha.
2. Filhos gerados a partir semens, óvulos ou mesmo de embriões adquiridos em laboratórios especializados. Esses filhos, por sua vez, podem ser gestados no ventre da mãe ou não.
3. Talvez, para não muito tempo à frente: filhos gerados só com as células da mãe.
IV – UMA SITUAÇÃO QUE NÓS NÃO QUEREMOS NEM IMAGINAR: FILHOS CRIADOS POR DOIS “PAIS” OU DUAS “MÃES” PROCURANDO A IGREJA
1. Deveríamos nós impedir que tais pessoas frequentassem nossos templos?
2. E se as pessoas criadas nessas situações quisessem se tornar membros de nossas igrejas?
V – POSTURA DA IGREJA DIANTE DOS “NOVOS TIPOS DE FAMÍLIAS”
1. Manter a atitude inclusiva, tão característica de nosso Mestre – Mt 11.28-30; Mc 2.17; Lc 19.5; Jo 6.37.
2. Preparar-se para lidar com as diversas situações, procurando ajudar as pessoas dentro do contexto em que elas se encontram. Quando se tratar de situação que, biblicamente falando, deva ser mudada, a congregação deve estar disposta a atuar no processo de mudança, orando e ministrando a Palavra de Deus. Nunca querendo agir por força ou por violência – Zc 4.6b
3. Pregadores precisam estar conscientes dos tipos de famílias que podem estar representadas entre os seus ouvintes. Os nossos sermões precisam estar mais contextualizados e agressões têm que ser evitadas.
4. Nossos filhos, especialmente crianças e adolescentes devem ser orientados com respeito às situações que podem estar sendo vividas por seus coleguinhas.