Você já reparou que quando a gente tem uma parte doente no corpo, só esbarra nas coisas com essa parte do corpo? Já notou que quando a gente mais precisa de táxi é exatamente quando eles somem? Já percebeu que o pão só cai no chão com a parte da manteiga virada para baixo? E quando se tem 99 chances das coisas darem certo e uma de darem errado, dá errado? Pois é, existe até a famosa lei da perversidade universal da material que diz: quando a probabilidade é de 99 por cento e um por cento de dar errado, é errado que vai dar.
Raciocina um pouco comigo. Quando se tem uma parte do corpo doente e se esbarra com as partes sãs, é claro que não se sente nada. Mas quando se esbarra com a parte que já está doída, a coisa é diferente. Entendeu? Não é que a gente só esbarra com aquela parte, é que quando a gente esbarra com as outras partes do corpo, a gente nem nota. Na verdade, a dor é um processo de defesa do corpo. Ela nos chama atenção para alguma parte do corpo que precisa ser protegida. Os leprosos perdem partes do corpo justamente porque o sistema que produz a dor fica desativado.
Quando se precisa de táxi ele chega logo, quando o pão cai com a manteiga pra cima, quando se tem chances de as coisas darem errado e elas dão certo, nada disso nos impressiona.
No final das contas, temos que reconhecer o seguinte: na maior parte das vezes, na maior parte do tempo, as coisas andam bem. Mas há ocasiões em que as coisas andam mal. A Bíblia diz em Eclesiastes 7 e verso 14 “No dia da prosperidade gozad o bem, mas no dia da adversidade considera”. Aqui pra nós, se tudo corresse às mil maravilhas o tempo todo, a vida acabaria sendo aborrecida. Nós temos necessidade de enfrentar desafios. Alguém até já disse: “Sem luta não há vitória”.
Eu hoje não quero pregar que nós ganhamos todas as batalhas que enfrentamos. A guerra, sim. Essa nós nunca perdemos. Mas, aqui e acolá perdemos uma batalhazinha. Não tem como aprender a andar. E acaba aprendendo. Aprender a andar de bicicleta também é a mesma coisa. Até inventaram umas rodinhas sobressalentes para facilitar as coisas, mas quem está aprendendo sempre acaba levando uns tombos. Ninguém aprende jogo nenhum sem perder umas partidas. Até computador “aprende” a jogar perdendo. O que acontece é que ele armazena na memória as jogadas erradas que faz e não as repete mais.
Sabe como o nosso sistema imunológico se desenvolve? Sendo exposto aos agressores. Ou seja, o corpo “aprende” a vencer os micróbios, lutando com eles. Isso acontece dentro de nós o tempo todo, só que nós nem vemos nem notamos. Eu hoje quero orar pelas pessoas que estão atravessando lutas, em quatro sentidos: para que, se perderem a batalha, não venha a morrer por isso; segundo, para que tirem o máximo de lições da luta que perderem; terceiro, para que em consequência das lições aprendidas, tenham retumbantes vitórias no futuro; e quarto, para que ganhem a guerra, ao final. A guerra só termina, ao fim da vida aqui. Aí vamos estar todos perfilados diante do nosso Comandante para sermos condecorados. Antes, de orar, quero oferecer aos meus ouvintes a promessa contida em Apocalipse, capítulo 3 e verso 12: “A quem vencer, eu o farei coluna no templo de meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome”.