Você sabia que os magos que visitaram Jesus não o encontraram mais nada na manjedoura? Aquela cena do presépio, com três reis magos, os pastores de Belém, Maria, José e o menino Jesus nunca existiu. Aliás, em relação aos magos, a Bíblia não diz que eles eram reis nem que eram três. O que está escrito é que eles ofereceram três tipos de dádivas. A manjedoura, muito provavelmente não era de madeira, deveria ser de pedra. Isto porque madeira, naquela região, sempre foi escassa; as construções, inclusive as que abrigavam os animais, com cocho e tudo, eram de pedra.
Voltando ao detalhe da visita dos magos. Somente o Evangelho de Mateus o menciona. Ali está escrito que as informações dadas por aqueles homens ao rei Herodes fez com que ele mandasse matar os meninos que havia em Belém de dois anos para baixo. Logo, Jesus não podia ser um recém-nascido aquela época. O mesmo evangelho de Mateus diz que, logo após a visita dos magos, José e Maria tiveram que fugir para o Egito com o menino Jesus, de onde só retornaram após a morte de Herodes. Agora vamos para o Evangelho de Lucas. Esse evangelho fala-nos da apresentação de Jesus no templo em Jerusalém, fato que deve ter ocorrido antes da visita dos magos e consequentemente fuga da família de Jesus para o Egito. Pelas determinações do Antigo Testamento, registradas em Levítico 12.3,4, Jesus deve ter sido levado ao Templo quando tinha 40 dias de nascido. Aí ele não estava mesmo em manjedoura nenhuma para que os amigos o visitassem. Os pastores de Belém, esse sim, encontraram o menino na manjedoura, segundo o que está escrito em Lc 2.16.
Pois é, há muitas coisas fantasiosas acerca da infância de Jesus. É impressionante como as pessoas são propensas a dar crédito às coisas fictícias e a não prestarem atenção às coisas reais.
Querem ver uma coisa real na Bíblia, relacionada com Jesus quando era bebê, e da qual muito pouco se fala: É sua apresentação no templo. Vejam que Jesus não foi batizado nessa época, quando contava ainda com 40 dias de nascido. O povo de Israel fazia isso com todas as crianças, os meninos com 40 dias de nascidos e as meninas com oitenta dias. As igrejas evangélicas, em sua maioria, apresentam suas crianças ao Senhor, em oração, tão logo seus pais as possam e queiram levá-las ao templo. Não as batizam porque o batismo está associado ao arrependimento e as crianças não têm consciência de pecado para que possam arrepender-se. Jesus foi batizado no início de seu ministério público, quando tinha 30 anos de idade.
Quando os pais de Jesus o levaram ao templo para ser apresentado a Deus encontraram lá um velho, chamado Simeão, cuja vida nos traz profundas lições. Que homem impressionante! É incrível como, em sua época, aquele ancião se relacionava com o Espírito Santo! Lucas diz, em seu livro, no capítulo 2 e verso 25, que o Espírito Santo estava sobre ele. No versículo seguinte, Lucas diz que o Espírito Santo havia revelado ao velho profeta que ele não morreria antes de ver “o Cristo Senhor”. E mais um versículo a seguir, que ele foi ao templo conduzido pelo Espírito Santo. O homem vivia realmente um relacionamento maravilhoso com o Espírito de Deus. É sempre assim, minha gente, depois que Jesus veio ao mundo, quem se deixar guiar pelo Espírito Santo, vai invariavelmente, se encontrar com Jesus. Simeão alegrou-se e entrou em êxtase ao contemplar Jesus, ainda que tão pequeno. Viu nele a salvação do mundo e a glória de Israel.
Nosso desejo é que o Espírito de Deus, a exemplo do que fez com Simeão, mostre a cada ouvinte quem é, realmente, o Senhor Jesus e se alegre n’Ele. Hoje Ele não é mais um bebê; hoje Ele está glorificado, assentado à direita de Deus Pai, e intercede por todos os que por Ele se chegam a Deus. Acheguemo-nos a Jesus, com todo o coração e nos regozijemos pela grande salvação que, por intermédio dele, podemos desfrutar. Amém.