Brasília, 16 de janeiro de 2011.
No finalzinho do ano passado, ouvi uma apresentadora de um programa televisivo de entrevista dizer algo mais ou menos assim: “2011 será um ano muito bom. Claro, gente, nós temos que confiar no acaso”. Confiar no acaso, que boa piada! Para que eu pudesse confiar no acaso, no mínimo ele teria que ter poder de decisão. Mas, além de ter poder de decisão, ele teria que ser confiável, ou seja, teria que ter algum senso crítico. Bem, então o acaso não seria o acaso: seria uma pessoa. Por que seria mais fácil confiar nesse “acaso” do que confiar em Deus? Poupe-me!
Na revista Veja do dia 05 deste mês, há uma entrevista muito interessante com um economista norte-americano. A certa altura ele diz: “Com os novos modelos macroeconômicos, pela primeira vez estamos considerando o papel do imponderável na economia”. Seria o mesmo “acaso” da moça da televisão? Eu quero crer que não, pelo menos não necessariamente. Imponderável, aí está mais para “imprevisível”, algo que pode influenciar os acontecimentos, mas que ninguém consegue saber se vai acontecer ou não, e, muito menos, calcular o quanto influenciará a economia caso aconteça. Creio que aí há sim, lugar para Deus. Mesmo que os homens não queiram admitir, Ele pode ser o produtor do “imponderável”. Os homens constroem seus modelos, fazem suas fórmulas, pensam que colocaram tudo nos seus devidos lugares, tudo bonitinho, aí Deus “inventa” algo novo e “bagunça” tudo.
Fico feliz em saber que, de agora em diante os sabichões do mundo vão deixar um espaço para o “imponderável” em seus modelos e em suas fórmulas. Um pouco de humildade não faz mal a ninguém. Vejo, também, quase que um apelo àqueles que creem em Deus no sentido de que, sempre que as coisas andarem ruins na economia do mundo ou em seus próprios países, clamem ao Senhor para que ele faça o “imponderável” e conduza as coisas num rumo melhor.