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Brasília, 22 de agosto de 2010.

UMA POLÊMICA NÃO MUITO POLÊMICA

  Em sua ação missionária, as Assembleias de Deus da Finlândia se depararam com a seguinte questão: é correto que um obreiro, enviado para pregar o evangelho em alguma região distante, gaste seu tempo, suas energias e recursos materiais com atividades de cunho social? Eu estou mencionando os irmãos finlandeses porque estamos interagindo mais intensamente com eles. Mas é bem provável que essa questão já tenha atormentado e esteja atormentando igrejas evangélicas de muitos outros países.
  Lá na Finlândia aprendemos que a questão ora em pauta pode gerar três atitudes diferentes: evangelismo sem ação social, evangelismo com ação social e ação social como (não “com” e sim “como”) evangelismo. Embora saiba que, provavelmente, muita gente vai discordar de mim, creio que qualquer uma das três posturas tem seu valor. Anunciar que Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados, ressuscitou, nos salva da condenação eterna e nos dá uma vida feliz já agora, mesmo que esse anúncio não seja acompanhado de nenhuma ação que procure minorar os sofrimentos de quem está ouvindo tal pregação, tem o seu valor. A Palavra de Deus não volta vazia. Ela acabará de alguma forma, conduzindo a pessoa a uma melhora de vida aqui na Terra.
  Acompanhar nossa pregação com atitudes e atos que visem a melhorar, de imediato, a vida de quem nos está ouvindo, é mais eficaz. Pense que as boas obras que praticarmos em benefício de quem nos ouvem, fará parte da nossa própria pregação. Por uma série de motivos, inclusive porque, se estamos falando de amor de Deus, nossas boas obras serão uma demonstração prática de como é que ele funciona. Além disso, uma atitude mais amigável para com as pessoas fará com que elas sejam mais receptivas à nossa pregação. Sabe, há situações em que, se não fizermos algo em favor das pessoas imediatamente, elas nem terão condições de nos ouvir.
  E quanto a praticar boas obras sem falar do amor de Deus? Bem, se essas boas obras são fruto do amor de Deus em nós, elas já estarão “falando” por nós. Mesmo que estejamos debaixo de proibições legais e/ou cercados de pessoas fortemente dominadas por preconceito contra o Evangelho, nossas boas obras será o princípio (e, talvez, o meio e o fim) de nossa pregação do Evangelho. Sim, porque em muitos lugares esse é o único tipo de acesso que se pode ter às pessoas.
  De qualquer forma, nosso papel neste mundo, como representantes do Senhor Jesus Cristo, é abençoar as pessoas através de todos os meios que estejam ao nosso alcance. Nunca é demais dizer: nós não somos salvos pelas boas obras, mas praticamos boas obras em consequência de sermos salvos.

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