Brasília, 18 de outubro de 2009.
Crê-se que João era o mais jovem dos doze apóstolos de Jesus. Quando o mestre o convocou para fazer parte do primeiro grupo de discípulos, ele era quase um adolescente. Isso aliado ao fato de que João era uma pessoa muito afetuosa, fez com que ele tivesse uma convivência muito intensa com Cristo. Por exemplo, não existe descrição, seja gráfica ou verbal, da Primeira Ceia, em que se omita o detalhe de que ele se recostou no peito de Jesus durante aquela cerimônia cheia de emoções.
Após a morte e ressurreição de Jesus, Pedro, ao que parece, ficou preocupado com o futuro de seu jovem colega e perguntou a respeito dele: “Senhor, e deste, que será?” (João 21.20, 21). Jesus deixou claro que tinha planos bem específicos para aquele servo. Os planos tinham tudo a ver com as características do “caçulinha dos apóstolos”.
Ter começado seu ministério ainda muito jovem, ter vivido muito aconchegado ao seu Mestre, e também ter sido poupado de uma morte prematura, resultaram em que João passou mais tempo com os cristãos da primeira geração e da segunda do que os outros apóstolos, mostrando a todos aqueles a quem possa ministrar, de maneira direta ou indireta, como é possível e desejável viver um relacionamento intenso com Cristo. E João nos motiva a isso, mostrando quem é Jesus, focalizado assim, bem de pertinho.
Vale a pena nos deleitar na leitura do Evangelho e das Epístolas do apóstolo João. Lendo o Evangelho, a gente se sente como se estivesse ali, entre Jesus e Nicodemos, aprendendo sobre o grande amor de Deus que nos dá a chance de nascer de novo. Ou lá na beira do poço de Jacó, ouvindo o Mestre falar à mulher samaritana sobre a adoração a Deus em espírito e em verdade. Com João nós vamos ao cemitério de Betânia e vemos as lágrimas no rosto do Salvador. Mas saímos consolados e maravilhados ao vê-lo ressuscitar a Lázaro que já estava sepultado havia quatro dias.
É um privilégio indescritível “ouvir” João descrever como foi aquela reunião em que Jesus celebrou a última Páscoa com os seus discípulos, como a transformou na primeira ceia, e como Jesus se comportou. Só João nos diz que Jesus, num gesto de humildade incomparável, lavou os pés dos apóstolos. E somente o Discípulo amado faz repercutir em nossos ouvidos a pregação que Jesus fez naquela ceia tão especial, a respeito da necessidade de termos uma vida frutífera, da necessidade e a possibilidade de sermos “um só” entre nós, assim como Ele e o Pai são um, e também da promessa da vinda do “Outro Consolador” para ficar conosco para sempre.
Leia os escritos do apóstolo João. Mas leia com calma. Leia orando. Leia com vontade de que o objetivo com que ele escreveu sua versão do evangelho se cumpra em você: “E aquele que o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade e o que diz, para que também vós o creiais” (19.35).
Conheça a Jesus cada vez melhor. Ame-O cada vez mais e sirva-O cada vez melhor. Amém.