Brasília, 16 de agosto de 2009.
Ao nos ordenar que exerçamos nossa missão como intercessores, a Bíblia nos fala em I Tm 2.1,2, de três tipos de pessoas: “todos os homens”, “reis” e ”todos os que estão em eminência”. Em “todos os homens”, claro, estão incluídas as pessoas comuns e também os reis e todos os que estão em eminência. Entre os que “estão em eminência” estão os reis e as demais pessoas de destaque em qualquer sociedade humana. Incluem os líderes políticos, líderes de comunidades menores, desportistas famosos, artistas de sucesso, enfim, pessoas que aparecem nos jornais, nas revistas e nos programas de televisão e da internet.
Porque orar pelas pessoas que estão em eminência? Porque elas influenciam a vida de muitas outras pessoas, para o bem ou para o mal. Algumas afetam a vida de milhares, às vezes de milhões de pessoas, através de decisões que tomam, na administração de bens comuns, na elaboração de leis, na emissão de sentenças judiciais. Há eminências que causam um impacto tremendo na vida de indivíduos, famílias e coletividades, simplesmente com o seu jeito de ser. Pode ser que elas nem se deem conta disso, mas milhares e milhares de pessoas imitam tudo o que elas fazem. Isso vai desde o que elas comem, bebem e vestem, até à maneira como se conduzem na vida amorosa e familiar.
As pessoas que estão em eminência podem ser muito úteis nas mãos de Deus, para abençoar o povo, ou podem ser úteis ao diabo, para conduzir vidas e famílias à destruição.
Então, a “oração pelos que estão eminentes” não é uma oração tão altruísta, como parece. Quando oramos por eles, estamos orando, também em nosso próprio benefício. É por isso que, logo após a ordem para orarmos, vem um por quê: “Para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade” (I Tm 2.2).
Houve um dia em que o destino de todo o povo de Israel estava nas mãos de uma mulher chamada Ester. Ela não era a líder do império Persa. Era a mulher do imperador. O imperador Assuero, havia assinado um decreto através do qual todos os judeus deveriam ser destruídos num só dia. E nem ele mesmo podia revogar essa lei. Mas, imperador é imperador. Porém, naquele caso, Assuero não tinha nenhum motivo para mudar de ideia.
Ester era a única pessoa do mundo que tinha acesso ao imperador e que podia tentar levá-lo a fazer alguma coisa para salvar os judeus.
Essa linda história está no livro bíblico chamado Ester. Para os judeus (e para nos indiretamente) a história teve um final feliz. Mas no meio do caminho houve um jejum completo de três dias e três noites, realizados por todos os judeus que moravam na cidade de Susã, onde estava o palácio real da Pérsia (algo parecido com a nossa Brasília).
A grande lição que fica é esta: vale à pena orar, Às vezes até jejuar, em favor de pessoas eminentes. E nem é preciso gostar delas. Basta estar consciente de que elas estão na mira de Deus para ser instrumentos de bênçãos para nós, ao mesmo tempo em que estão na lista de pessoas que o inimigo de nossas almas quer utilizar para causar-nos grandes estragos espirituais, morais, físicos e materiais. Lembremo-nos do apelo de Ester “jejuai por mim” (Ester 4.16).