plv0541

plv0541

Brasília, 02 de agosto de 2009.

ECONOMIA DE PALAVRAS

  Há uma estória antiga que fala de um homem que comia demais. Conta a estória que outro homem desconhecendo o apetite descomunal daquele, convidou-o para um almoço em sua casa. Quando percebeu que ele iria comer tudo o que estava posto à mesa, sem deixar nada para mais ninguém, o hospedeiro resolveu puxar conversa, para ao menos diminuir o ritmo em que a comida ia diminuindo na direção de uma só pessoa. “O senhor tem pai?”, pergunta o hospedeiro. “Nem mãe”, responde o comilão. Nova pergunta “É casado?”. Resposta: “Hum-Rum”. Bem, a essa altura já dava para perceber que o sujeito, pelo menos enquanto comia, não era de muita conversa.
  Há muitas pessoas que, mesmo sem serem gulosas, são lacônicas, isto é, falam o mínimo necessário. Laconismo não é um mal em si mesmo. Só passa a ser um problema quando o quase mudo quer ter uma conversa amistosa com alguém ou quando alguém quer ter um papo gostoso com ele. E, há outros tipos de conversa em que é necessário ser mais detalhista e mais pródigo no uso das palavras. Por exemplo, quando sentimos necessidade de expor nossos sentimentos ou descrever alguma necessidade, não dá para economizar palavras.
  O que dizer do laconismo em nossas orações? Há situações em que não dá, mesmo, para dizer muita coisa. Às vezes tudo o que conseguimos dizer é JESUS! E é uma oração válida. Funciona. Isso acontece, especialmente, quando nos encontramos, subitamente, em perigo. Ou quando, percebemos, de repente, que alguém está correndo grande risco. Aí o poder que há no nome de Jesus entra imediatamente em ação.
  Há situações que exigem de nós uma atitude imediata de oração ao mesmo tempo em que não nos permitem dizer muitas palavras. A oração tem de ser curta. Nem por isso será menos poderosa. Pelo contrário: concentramos tanta fé em poucas palavras que a oração sai com um poder extraordinário.
  E quando falamos de objetividade na oração nos lembramos da recomendação do nosso Mestre: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos” (Mateus 6.7). Agora, atenção: nem toda repetição é vã. O próprio Jesus o jardim do Getsêmane, orou três vezes pedindo a mesma coisa ao Pai (Mateus 26.44). Então, está claro que, em certas situações precisamos repetir determinados pedidos a Deus. Isso está implícito em outra recomendação do Senhor Jesus: “Pedi e dar-se-vos-á, buscai, e encontrareis, batei e abrir-se-vos-á” (Mateus 7.7).
Então, às vezes é necessário insistir, buscar, bater.
  Há outro ponto muito importante quando estamos tratando de quantas palavras devemos gastar na oração: nem sempre oramos para pedir algo para nós mesmos. Muitas vezes oramos em favor de alguém. A Bíblia manda que façamos isso. Ela chega a dizer que devemos orar “por todos os homens” (I Tm 2.1). Ih, haja tempo e palavras para se orar por tanta gente.
  Vamos mais fundo na questão: nem sempre nossas orações consistem em pedidos por nós ou por outras pessoas. A gente ora também para agradecer e para adorar. E como essas coisas são necessárias.
  Há outra coisa que a Bíblia menciona e que deve ser praticada por nós: a oração “com o espírito” ou em “língua estranha” (I Co 14.14,15). É preciso crer, reservar tempo e dedicar-se a esse tipo de oração. No versículo 14, já citado, a Palavra de Deus diz: “Se eu orar em língua estranha, o meu espírito ora bem”. Então, fortaleçamos o nosso espírito praticando esse tipo de oração.
  A oração que não é em língua estranha é chamada na Bíblia de “oração com o entendimento” (I Co 14.15). Nessa prática entra a nossa razão. Esse tipo de oração, que é o mais comum, pode e deve ser planejado, de forma que possamos beneficiar “todos os homens”: nossos familiares, amigos, colegas, irmãos em Cristo, os obreiros, missionários, as autoridades e diversas situações específicas.
  E então, você vai gastar mais tempo com a prática da oração de agora em diante? Hum-Rum?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *