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Brasília, 17 de maio de 2009.

TEM QUE CHEGAR

  Alguém já contou a estória do homem que foi desafiado a atravessar o Oceano Atlântico, da África ao Brasil, nadando. Ele era um atleta muito bom mesmo e, por isso, topou o desafio sem pestanejar. A travessia tinha a cobertura da mídia internacional, muitos patrocinadores se juntaram à empreitada e especulava-se sobre “quebra de recordes”, material do traje de nado e coisas do gênero. O dia da partida foi um grande evento esportivo, com praticamente todos os principais veículos de comunicação do meio esportivo presentes, com sorteios e distribuição de prêmios. E então lá foi o rapaz; entrou no mar com toda a força e disposição. Nadava e nadava como se estivesse em casa, assistindo a um filme infantil e comendo pipocas, sem queixas ou reclamações, durante quase todo o trajeto. Ocorre que, faltando cinco quilômetros para chegar em praias brasileiras, o atleta disse para os organizadores da prova: “cansei, acho que não consigo chegar, vou voltar” e de fato… voltou, para a surpresa geral, sem completar o feito.
  É uma situação bem improvável, na vida real e no campo dos esportes. Todavia, no viver do dia a dia, podemos observar que, em vários aspectos, somos tentados a agir de forma semelhante ao atleta da estória e, às vezes, até cedemos a essa tentação. Empenhamos-nos em realizar algo e no finalzinho não temos mais ânimo para terminar. Dizemos como o rei Ezequias (II Re 19.3): “Os filhos são chegados à hora de nascer, e não há força para dá-los à luz”.
  Vejo, no entanto, que podemos e devemos chegar ao fim com sucesso, assim como foi para Exéquias; apesar de toda a falta de força humana, a interferência do Senhor Deus dos Exércitos mudou toda a situação e houve vitória.
  O sábio Salomão apontou isso em um provérbio seu: “A vereda do justo é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18). Perceba bem que é uma promessa para “o justo” para aquele que ama o que Deus ama, e aborrece aquilo que Deus aborrece, conforme o primeiro Salmo. Para esse tipo de pessoa, as coisas vão só progredindo, como o raiar do sol ao amanhecer. Eu, particularmente, nunca vi o sol voltar atrás após apontar seus raios no horizonte. Já vi, sim, nuvens que se interpõem entre o sol e a terra, mas isso não impede de que haja a real percepção de que o dia está clareando cada vez mais. Assim deve ser para o justo.
  Podemos e devemos crescer, cada vez mais, nos muitos campos de nossa vida pessoal. Estudos, trabalhos, finanças, projetos, amadurecimento, emoções, vida com Deus, ministério…tudo pode ser um crescente para nós. E, da mesma forma, podemos e devemos crescer em nossa vida social: junto ao cônjuge, junto aos filhos, junto aos pais, junto aos demais familiares, junto ao vizinho de porta e de endereço, junto aos amigos de trabalho e escola, junto aos irmãos da igreja e companheiros de ministério, e em todos os outros relacionamentos que mantivermos.
  Claro que vamos enfrentar dificuldades para crescer, mas não podemos desistir. Não volte atrás, até porque a jornada de volta pode ser bem mais longa do que concluir o que está à sua frente. As nuvens nunca impediram o raiar do dia e as adversidades também não podem ofuscar o crescimento em sua vida.
  Isso mesmo: continue buscando mais a presença de Deus! Não pare de estudar e conclua o curso que está fazendo! Prossiga firme nesse projeto do trabalho! Insista em seu casamento e ame seu cônjuge com muita disposição! Instrua seu filho ou filha novamente e quantas vezes mais forem necessárias! Ao invés de deixar de ir, ajude ainda mais o seu grupo de trabalho na igreja! Não pare agora, porque Deus quer que o seu caminho brilhe cada vez mais, porque Ele é a luz de nossa vida.