Brasília, 02 de março de 2008.
A Bíblia afirma que Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo (Gn 1-2); apesar de essa ter sido uma obra que deu um “trabalhão”, Ele não se aposentou quando terminou. Jesus disse que Deus continuou e continua trabalhando (Jo 5.17).
É preciso dizer que Deus faz não Seu trabalho de qualquer jeito, “sem pé e sem cabeça”. Ele tem Seus projetos e planos, que nunca são frustrados e nem podem ser impedidos, que cumpram os Seus maravilhosos propósitos; e o grande projeto de Deus em andamento é a restauração de todas as coisas.
Em toda a narrativa bíblica podemos ver que o Senhor conta com parceiros humanos na realização desses projetos. Isso mesmo o Deus Todo-Poderoso, criador de tudo que existe, único Ser autossuficiente, se propõe a trabalhar em conjunto com homens e mulheres falhos, limitados, complicados, como os vários heróis do Velho Testamento.
Quando Jesus vem a este mundo e realiza a grande obra da salvação, Ele estabelece a Sua Igreja para dar continuidade a este trabalho; e são pessoas simples e iguais a todas as outras que fazem com que esse grande projeto não pare através dos séculos, prosseguindo até chegar a nós.
A Igreja é um corpo, do qual Cristo é a cabeça (Ef 4.15), e qualquer corpo deve operar em conjunto para realizar os comandos dados pelo cérebro. Se você pensar em coisas simples do dia-a-dia, como comer, andar, se vestir, etc, vai ver que o seu corpo trabalha de forma conjunta para que essas coisas deem certo. Assim também é com a Igreja de Jesus: cada um de nós tem conhecimentos, habilidades, disposição, chamado, ministério, próprios e bem particulares; mas ninguém tem em si mesmo tudo o que é necessário para que a obra de Deus prossiga adiante. Nós realmente precisamos uns dos outros para viver como Corpo de Cristo agindo em prol de Seu Reino. E isso acontece quando nos dispomos a ser “completados” por alguém na obra que temos para fazer.
O escritor do livro dos Atos dos Apóstolos (2.46-47) aponta que uma das razões para o forte crescimento da Igreja no início da sua história era exatamente que os crentes perseveravam “unânimes todos os dias” em tudo o que faziam. Essa unidade não significa falta de problemas, como pode ser verificado no restante da história, mas que os propósitos do Reino de Deus são a bússola e a prioridade comum dos membros do corpo, cada um contribuindo com o que pode, acima dos interesses individuais.
Ora, Deus não nos fez para vivermos e trabalharmos isolados, já que Ele mesmo compartilha a ação de Seus projetos com todos nós. Ainda que a nossa sociedade ocidental valorize o individualismo e o sucesso pessoal a qualquer preço, no Reino de Deus o que conta é o sucesso e bom desempenho do Corpo (Ef 4.1-16), e isso depende de trabalharmos unidos para a realização dos projetos de Deus.