Brasília, 18 de novembro de 2007.
O livro de Cantares deve ser analisado dentro de três contextos: o contexto histórico, o da aplicação e o profético. Com a licença do palestrante, eu diria, então, que o livro contém verdades úteis referentes ao passado, tem aplicação para a nossa vida presente e também uma mensagem referente aos propósitos de Deus para com o seu povo no futuro.
Em relação ao tempo presente, disse-nos o professor, cada um de nós deve ver como o casal de apaixonados se comportava e aplicar o que havia de bom e bonito entre eles, ao relacionamento com o cônjuge, no plano familiar, e com o Noivo da Igreja, Jesus cristo, no terreno espiritual.
Lendo o livro de Cantares, chamou-me a atenção, entre outras coisas, o quanto a moça a “Sulamita”, se esforça para agradar ao seu amado. Aliás, essa é a mais autêntica expressão de amor verdadeiro: o desejo e o emprenho para fazer feliz a pessoa amada. Onde não existe isso, não existe amor. Pois bem, a jovem apaixonada mostra-se consciente de que seu amado gosta de determinados sons (capítulo 4, verso 3), no caso, de ouvir a própria voz da amada; ela sabe, também, que ele gosta de certos aromas (4.16), também da beleza das flores (6.2) e do sabor dos frutos (7.13). O último versículo citado diz: “As mandágoras dão cheiro, e às nossas portas há toda sorte de excelentes frutos, novos e velhos; ó amado meu, eu os guardei para ti”. Ela está, mesmo, empenhada em fazer seu amado feliz!
É claro que as pessoas casadas, homens e mulheres, devem seguir o exemplo da Sulamita. Os noivos e namorados, já como forma de treinar para o casamento, devem aprender e fazer o mesmo.
Vistos individualmente, como membros do corpo de Cristo, e também como coletividade, na condição de Igreja, a Noiva do Cordeiro, também devemos estar permanentemente empenhados em agradar ao nosso Amado.
Sabemos que Jesus gosta do som do louvor de seu povo. Louvemo-lo. Cantemos hinos de adoração e ações de graças. Aplaudamos ao Senhor. Proclamemos com os nossos lábios os seus grandes feitos.
Biblicamente falando, as orações dos santos chegam diante de Deus como suave cheiro de incenso (Salmos 141.2; Apocalipse 5.8). Oremos a Deus sem cessar (I Tessalonicenses 5.17), oremos em todo lugar (I Timóteo 2.8). Perfumemos os céus!
As flores precedem os frutos. Na verdade, delas é que vêm os frutos. Elas são belas e perfumadas para atrair os insetos, de forma a que eles, colhendo o pólen, acabem por provocar a fertilização e, como consequência, o desenvolvimento do fruto. Espiritualmente falando a fé é como a flor. E o nosso Amado gosta de ver a fé. Ele viu a fé que havia no coração de quatro homens que conduziam um paralítico à sua presença para que fosse curado (Mateus 9.1). “Sem fé é impossível agradar-lhe” (Hebreus 11.6 a). alimentemos a nossa fé. Fortaleçamos a nossa fé. Exercitemos a nossa fé. Agrademos ao nosso Amado, Senhor Jesus Cristo!
É claro que o Noivo da Igreja aprecia os bons frutos. Como já disse, os frutos são a consequência natural da fé. “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tiago 2.17). A fé que agrada é a fé que dá frutos. O capítulo 11 da Carta aos Hebreus nos mostra como os antigos servos de Deus expressaram a fé com atitudes práticas. O nosso Amado continua esperando o mesmo de nós. Ele quer ver em nós o fruto da fé, que é também o “fruto do Espírito”. E o amor é parte do fruto do Espírito. Como está escrito:
“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, fé, mansidão, temperança” (Gálatas 5.22).