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Brasília, 1 de novembro de 2007.

TODOS OS SANTOS

  No Brasil, como nos demais países onde o Catolicismo Romano exerce forte influência, o primeiro dia do mês de novembro é chamado de “Dia de Todos os Santos”. A ideia é não deixar nenhum “santo” sem uma data em que seja reverenciado. É louvável o sentimento de justiça: afinal, por que alguns “santos” teriam direito a um dia em sua homenagem e outros não? Não são todos os “santos”?
  Em princípio, também é válido o desejo de ressaltar as virtudes de alguém que viveu neste mundo e demonstrou incomum amor a Deus e ao próximo, com o objetivo de que seu exemplo seja seguido.
  O problema começa com o uso da palavra “santo”. Biblicamente falando, toda a pessoa que tem comunhão com Deus através de Jesus Cristo, é considerada santa pelo próprio Deus. Escrevendo aos coríntios, pessoas cheias de defeitos, mas convertidas ao Evangelho, o apóstolo Paulo se dirige a eles como “a igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos…” (I Co 1.1). Igual designação recebem os cristãos Rromanos (Rm 1.7), Efésios (Ef 1.1), Filipenses (Fp 1.1), Colossenses (Cl 1.2), e assim por diante (I Tm 5.10; Fm 7, etc). Aliás, esta última passagem bíblica que citei, da Epístola a Filemom, ilustra muito bem o assunto de que estamos tratando. Ali temos Paulo, o apóstolo, autor da Epístola, um homem de santidade notória, mas que escreveu em outras epístolas: “Esta é uma palavra fiel e digna de toda aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele para a vida eterna” (I Tm 1.15, 16). E Filemom, homem que pertencia à classe nobre, foi um dos que foram alcançados pela Graça de Deus e foi salvo. Paulo, então, elogia o amor que Filemom tinha “para com o Senhor Jesus Cristo e para com todos os santos” (Fm 5). Certamente, Filemom era também um santo. Aí Paulo teve a oportunidade de conhecer um escravo pertencente a Filemom, chamado Onésimo, pregou a ele o Evangelho e ele se converteu. O escravo também se tornou num santo (Fm 10).
  A atribuição do título de “santo” a determinadas pessoas, e não a todos os cristãos, não é o único e nem mesmo o maior problema. O pior é que, após a atribuição do título, fabricam-se imagens do novo “santo” e as põem nos templos para que sejam “veneradas”. Dizem que é uma mera veneração. A pergunta que sempre fazem quando se questiona a tal “veneração” é: “Você não tem fotos de sua mãe, às quais olha com muito carinho?”. Eu olho, sim, com muito carinho para as fotos de minha falecida mãe. Mas não falo com as fotos, não me ajoelho diante delas nem lhes faço pedidos. Aliás, a Bíblia tem outro nome para o ato de ajoelhar-se diante de gravuras ou imagens: IDOLATRIA. Ao envolvimento com quem já morreu, entabulando conversas, fazendo pedidos, a Palavra de Deus chama de FEITIÇARIA. Por isso, é bom ter cuidado com o que acontece no segundo dia do mês de novembro, este chamado “Dia de Finados”. Cuidado para que as saudades não descambem para o exagero!
  Termino fazendo uma conclamação a todos os santos que tomarem conhecimento destas palavras a que orem ao Único e Verdadeiro Deus para que o nosso país seja liberto da ignorância espiritual e para que a luz do Evangelho se espalhe sobre todas as nações da Terra. Para a glória d’Aquele que nos santifica (Hb 2.11).

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