Brasília, 7 de outubro de 2007.
A lição número um sobre a adoração é esta: ela deve refletir-se em toda a nossa maneira de viver. Aquilo que fazemos no ato de adorar deve ser um reflexo do que fazemos em nosso dia-a-dia, no culto a Deus e fora dele. Como está escrito que tudo o que fizermos deve ser para a glória de Deus (I Co 10.31), qualquer oração nossa, qualquer cântico que entoamos, qualquer tarefa que realizarmos na empresa em que trabalhamos, qualquer momento de lazer que tivermos, tudo, enfim, deve ser como uma adoração ao Senhor.
Por outro lado, a liturgia da adoração precisa observar certos princípios. A adoração exige uma atitude apropriada, gestos apropriados e conteúdo adequado. Num culto congregacional ou mesmo num momento de devoção individual, nem tudo o que se diz a Deus pode ser considerado como adoração. Por exemplo, fazer pedidos em benefício próprio ou em benefício de outras pessoas não é adorar a Deus. Não estou dizendo que isso não seja importante. Claro que é. Se não fizermos pedidos ao nosso Deus. Vamos fazê-los a quem? É importante, mas nem tudo o que é importante é adoração. Adorar é adorar, pedir é pedir.
O conteúdo da adoração deve ter como objeto uma única pessoa: o Deus Todo Poderoso. Quando eu oro pedindo alguma coisa a Deus, o objeto dessa oração sou eu e não Deus.
Nem mesmo agradecer é adorar. Outra vez: agradecer é importante, mas não é adorar. Agradecer é agradecer, adorar é adorar. Quando eu oro agradecendo, há alguma pessoa humana incluída no conteúdo dessa oração: eu mesmo ou alguma outra pessoa que foi agraciada por Deus. o objeto de um ato de adoração deve ser, única e exclusivamente, a pessoa gloriosa do Deus Todo Poderoso.
Adoração é a declaração, falada, cantada ou pensada, da excelência de Deus, dirigida ao próprio Deus. Deus é excelente em seu caráter. À excelência do caráter de Deus chamamos de “santidade”. Muitas vezes adoramos ao Senhor proclamando sua santidade. Eis como Ana adorou ao Senhor: “Não há santo como é o Senhor; porque não há outro fora de ti; e rocha nenhuma há como o nosso Deus” (I Sm 2.2).
Deus é excelente em sua glória. A presença d’Ele é mais majestosa, mais bela, mais maravilhosa do que tudo o que podemos imaginar. Mesmo sem poder percebê-la diretamente com os nossos olhos ou com os outros sentidos do nosso corpo, nós sabemos que essa glória é incomparável, superior a glória de qualquer outro ser, e temos prazer em nos lembrar disso e em proclamar isso. E dizemos, adorando ao Senhor: “Senhor, Deus meu, tu és magnificentíssimo, estás vestido de glória e de majestade” (Sl 104.1).
Deus é excelente em sua sabedoria. Ele é a fonte da própria sabedoria. Tudo o que Deus faz, Ele o faz da melhor maneira possível. Ele é inteligente, engenhoso, criativo e bom. Limitamos como somos, muitas vezes não entendemos por que Ele conduz determinadas coisas da maneira que o faz, nem por quê permite que determinadas coisas aconteçam, ou por quê não se apressa em resolver determinadas situações. Depois, vamos constatar que o jeito que Ele escolheu para agir foi o melhor. A sabedoria d’Ele surpreende, sempre. E O adoramos dizendo: “Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque Dele é a sabedoria e a força; e Ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; Ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas e com ele mora a luz” (Dn 2.20-22).
Deus é excelente em seu amor. Ele é amor. Ele é a fonte inesgotável do amor. Através das três pessoas da Trindade Divina, o amor é exercido eternamente. Deus dotou os anjos com a capacidade de amar e os ama também. Ele criou os seres humanos com essa mesma capacidade e também os ama. Deus sempre age com amor e por amor. O amor é que faz com que o céu seja céu e a ausência do amor é que faz com que o inferno seja inferno. O amor é que dá sentido à vida e que dá origem ao que acontece de mais belo entre os seres humanos. Por isso adoramos a Deus, exaltando a excelência do seu amor, com palavras semelhantes a estas: “Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade, e por isso os filhos dos homens se abrigam à sombra das tuas asas” (Sl 36.7).
Deus é excelente em seu poder. Ele pode todas as coisas. E o mais maravilhosos é que Ele usa esse poder para realizar com sabedoria as obras que o seu amor O inspira a fazer. Glória a Deus! bendito seja o Senhor! Exaltada seja A Majestade Santa para sempre! Amém.