Brasília, 5 de agosto de 2007.
Quando me perguntam qual é o time do meu coração, eu costumo responder que torço pelos santos (preste atenção: não é pelo Santos, time de futebol, e sim pelos santos).
Quando eu digo por quem eu torço, as pessoas costumam dar um sorrisinho amarelo, meio desapontadas. Eu sei que hoje em dia é muito comum as pessoas terem uma ou mais equipes às quais chamam de “time do coração”. Tudo bem, isso não é um mal em si. Passa a ser mal quando prejudica o nosso relacionamento com Deus e/ou atrapalha nosso serviço para Ele.
Já o povo do mundão, coitado. Como sofre quando seu time perde! Como xinga quando acha que algum jogador não está indo bem ou o juiz não está sendo imparcial. Às vezes agride verbal e até fisicamente aos que torcem pelo time que é rival do seu. Bem, eu disse “povo do mundão”, mas há cristãos que agem pior que muitos descrentes. Lamentável!
Um cristão equilibrado admira as práticas desportivas na medida em que elas contribuem para uma vida física e mental sadia. Aprecia, também, o esmero de quem quer se destacar na modalidade desportiva à qual se dedica; admira a arte, o esforço cooperativo dentro das equipes enfim, admira o que é bom, mas não faz do esporte o seu deus.
Quando se trata de campeonato internacional, admiramos a competição sadia entre os representantes dos países participantes. É muito melhor que os países entrem em combates desportivos do que em guerras. É bom vê-los muitas vezes, deixando de lado rancores antigos, rivalidades políticas históricas, e enfrentando-se amigavelmente nos estádios.
Nas disputas desportivas internacionais, somos todos “Brasil”. Vestimo-nos de verde e amarelo, empunhamos a bandeira nacional e torcemos para valer. Queremos que o Brasil brilhe, que seja campeão (penta, exa…deca campeão).
Tudo bem, devemos amar à nossa Pátria. Mas o brilho desportivo é a melhor maneira de o Brasil resplandecer diante das demais nações? Será que estamos “torcendo” com maior ou, pelo menos, com igual intensidade para que ele brilhe aonde deve brilhar?
O Brasil deve brilhar na cooperação econômica com os países mais pobres do que ele. Para isto é necessário que nossa economia esteja bem e que haja vontade política de ajudar aos outros. Estamos torcendo por isto? Estamos orando para que o Senhor ilumine nossas autoridades com respeito ao controle das contas públicas, combate à insaciável corrupção, desburocratização e incentivo à criação de empregos e tudo o mais que diga respeito ao nosso crescimento econômico? E pelas nossas relações internacionais, estamos orando?
O que o Brasil pode fazer de melhor diante de todas as nações é ser um instrumento de bênçãos espirituais. Estou me referindo à obra missionária. Há muita violência, injustiça e miséria no mundo. Mas tudo isso é consequência da ação de forças espirituais malignas. Só o Evangelho do Senhor Jesus Cristo pode mudar esse quadro. E nós temos o Evangelho. E o que estamos fazendo com ele? Guardando para nós? É certo isso? Claro que não. O Senhor Jesus nos disse que há quem muito é dado, muito se pedirá. E nós temos recebido muito. Cristãos, empreguem melhor suas energias. Se gastam três horas por semana “torcendo” pela vitória do seu “time do coração” ou mesmo pela glorificação de seu País na área desportiva, gastem, pelo menos, o mesmo tempo orando a Deus pelo aperfeiçoamento e crescimento do trabalho de evangelização realizado por nossas igrejas, aqui dentro do País e lá fora.
Mostremos entusiasmo maior ou, pelo menos igual, pelo louvor, exaltação e serviço ao Deus de toda a Terra! Viva o Brasil! Viva a Obra Missionária! Jesus! Jesus! Jesus!