plv0461

plv0461

Brasília, 4 de março de 2007.

EU SIRVO, TU SERVES?

  A palavra, “servo” pode ter uma conotação muito ruim. Ela pode ser sinônimo de “escravo”, uma das situações mais tristes a que um ser humano pode chegar. E, na Bíblia, muitas vezes é isso mesmo que ela significa (Por exemplo em Dt 5.15, Jó 3.19, Pv 29.19).
  O escravo presta serviço ao seu dono ou senhor. Talvez por causa dessa associação entre escravo e serviço, a palavra servo, passou também, um significado de alguém que presta serviço sem ser, necessariamente, escravo. Então, quem está disposto a ajudar, a prestar serviço a alguém, também se diz servo. É o que acontece, por exemplo, quando Abigail se dispõe a ser esposa de Davi e diz: “Eis aqui a tua serva servirá de criada para lavar os pés dos criados de meu senhor” (I Sm 25.41). Veja também II Re 4.1 e I Co 9.19.
  Da disposição humilde de ajudar a prática de nos dirigir respeitosamente às pessoas chamando-as de “senhor” ou “senhora”. É bonito isso. É bom que se cultive na sociedade, como um valor positivo, a disposição permanente de colaborar com as pessoas, de facilitar ou tonar menos difícil a vida dos nossos semelhantes.
  Há outra derivação muito interessante do termo “servir”: é a ideia de “prestar para alguma coisa”. Aquilo que serve, presta. O que não serve, não presta, é imprestável. Ser chamado de imprestável ou sentir-se imprestável mesmo não sendo chamado assim, é algo muito desagradável. Sabe por quê? Porque nós fomos criados para ser úteis, para servir, se não servimos se não somos úteis, sentimo-nos infelizes.
  Qualquer serviço exige esforço, por menor que este seja. Esforço, trabalho, gasto de tempo e dispêndio de energia: aí estão coisas que também não nos agradam. Mas, ultimamente tem-se descoberto que fazer esforço, ocupar a mente, trabalhar, enfim, também é benéfico para a saúde. Mesmo que o trabalho não produzisse nada, já seria útil. Útil no sentido de beneficiar a quem o realiza. E hoje em dia nós estamos correndo em cima de esteiras, sem ir a lugar nenhum, pulando no mesmo lugar, dentro de uma sala em casa ou em uma academia, só para suar a camisa, tudo isso porque sabemos que faz bem para o corpo e para a mente. Agora, se o nosso esforço produz algum outro benefício para nós mesmos ou para mais alguém, melhor ainda.
Outra coisa que é bom observar nesta questão do serviço: quando cada pessoa de uma comunidade trabalha para servir às outras, todas estarão servindo e sendo servidas. Ou seja, o serviço que prestamos às outras pessoas acaba retornando para nós mesmos.
  Como se pode ver, ser servo, servir, não é nada mal. É bom. É muito bom. Muita gente está doente física e psicologicamente, porque ainda não entendeu isso.
  Alguém pode dizer: “Tudo bem: servir a Deus eu sirvo, mas recuso-me a servir a pessoas humanas porque é humilhante e, muitas vezes, não é compensador”. Mas é fácil perceber que tal filosofia não leva a nada, já que todo o serviço que realizamos para Deus, exceto adorar e louvar, é feito na forma de ajuda ao próximo. Servimos a Deus servindo ao próximo. Para ser mais exato: Deus nem aceita uma adoração e um louvor que sejam dissociados do serviço às pessoas a quem Ele ama. E Deus ama a todas as pessoas, independentemente da etnia, classe social, educação, mérito ou possibilidade de reciprocidade. Então, só podemos ter uma vida feliz, uma vida verdadeira, se a nossa experiência tiver como objetivo servir, ser útil, colaborar para que os propósitos de Deus se cumpram neste mundo.
E  spero que estas minhas palavras tenham servido para você, amado (a) leitor (a).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *