Brasília, 31 de dezembro de 2006.
Ao final de cada etapa da vida, é sempre bom checar o que fizemos, comparando com o que havíamos nos proposto a fazer.
O melhor resultado possível é ter “feito tudo”. Que bom: conseguimos realizar tudo o que queríamos! Agora, é dar graças a Deus, regozijarmo-nos com os frutos do nosso trabalho, prepararmo-nos para a próxima etapa e seguir em frente. A vida continua e é muito bom estar vivo!
Quem não conseguiu realizar tudo o que planejou, mas obteve uma boa parte do que almejava, também deve ser grato a Deus e regozijar-se naquilo que alcançou. Ao invés de lamentar o que não conseguiu fazer, deve alegrar-se naquilo que fez. É saudável que reconheçamos as nossas limitações. Muitas vezes não conseguimos chegar aonde queríamos porque nos faltaram forças, recursos ou mesmo preparo. Paciência. Não deu,. Da próxima vez, vai dar. Aprendamos com os nossos erros, ajustemos os nossos cálculos, arregimentemos os recursos adequados e, se valer à pena, vamos tentar de novo.
O pior resultado possível é não ter conseguido fazer nada ou quase nada do que se esperava fazer. Você está passando por isso? Não se desespere. O desespero não ajuda em nada. Pelo contrário: piora as coisas. Se precisar chorar, chore, mas sem perder o controle, sem escândalos. Chorar é bom: é uma maneira saudável de extravasar as emoções. Agora, calma. Respire fundo. Procure entender por que as coisas não foram feitas ou por que não deu certo. Na verdade, é bom ver, em primeiro lugar, se vale à pena, mesmo, lutar por aqueles objetivos. De repente, nem vale. Vai ver que nem é a vontade de Deus que você realize aqueles planos. Será que Deus não te deu um livramento? É bom lembrar que o Senhor, muitas vezes, nos dirige fechando portas. Isso aconteceu, por exemplo, quando o apóstolo Paulo e seus companheiros queriam ir anunciar a Palavra na Ásia: a Bíblia nos diz que “foram impedidos pelo Espírito Santo” (Atos 16.7). Observando bem, a gente entender por que os servos de Deus não conseguiam fazer o que queriam: é que a vontade de Deus era que eles fossem para a Macedônia (versos 9 e 10).
Nós precisamos ter humildade para refazer planos, quando isso é o melhor a fazer. Ou para tentar realizar o mesmo plano, sempre corrigindo o que precisa ser corrigido, até conseguir cumpri-lo de maneira satisfatória. Uma criança não desiste de aprender a andar só porque caiu uma vez, nem porque caiu duas, três, quatro, cinco vezes. Já pensou se desistisse? Ninguém conseguiria andar.
Última observação: você notou que a Palavra nos diz que quando houvermos “feito tudo” devemos “ficar firmes”? Pois é. Quem conseguiu os melhores resultados, está correndo perigo. Cuidado para não se ensoberbecer. Você merece os parabéns pelo bom desempenho alcançado, mas muito cuidado com o orgulho. Outro perigo é pensar que, agora, não é preciso fazer mais nada. Na vida cristã, a jornada só termina quando o Senhor nos chama para a sua glória. Enquanto esse momento não chega, vamos marchando. Uma etapa vencida é sempre um bom preparo para a etapa seguinte.
Se você gastou muita energia no trabalho já feito, pare um pouquinho para refazer-se. O descanso físico é sempre necessário. Para nos dar o exemplo, Deus, que não precisa descansar, descansou (Gênesis 2.2). Se até mesmo as forças espirituais se esgotaram, busque em Deus a renovação. Como nos diz Isaías 40.31:
“Os que esperam no senhor renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão”.