Brasília, 16 de outubro de 2005.
No próximo domingo, 23 de outubro, deveremos comparecer às urnas para dar nossa opinião acerca da proibição do comércio de armas no Brasil. É um assunto polêmico e, portanto, com um potencial muito grande de dividir opiniões, inclusive entre os cristãos evangélicos.
Como em qualquer outro assunto, devemos respeitar a opinião alheia. Ninguém tem o direito de querer impor sua maneira de pensar aos outros. É válido debater construtivamente o assunto; é compreensível que, achando que nossa opinião é a melhor, queiramos que ela prevaleça. Podemos até tentar convencer os nossos interlocutores de que a verdade está do nosso lado. Porém, impor, nunca. Nem desrespeitar quem pensa diferente, nem ficar magoado com quem não concorda conosco. Lembremos: nem Deus impõe sua vontade a ninguém.
Quem acha que o comércio de armas deve ser proibido, tem suas razões para pensar assim. Crê que o Estado pode e deve garantir a segurança dos cidadãos, inclusive a sua, e, se tal não acontecer, Deus lhe dará a proteção necessária. Se Deus permitir que a violência urbana atinja, pensa ele, há algum motivo superior para isso. O irmão ou irmã que pensa assim é uma pessoa que acredita nas instituições e também tem muita fé. Isso não é defeito; é virtude. Mas o nosso virtuoso irmão ou irmã precisa ser compreensivo com quem não tem o mesmo grau de fé nas instituições e pensa diferente a respeito da maneira como Deus nos provê sua proteção.
Quem acha que o comércio de armas não deve ser proibido, provavelmente, é um defensor da liberdade. É possível que nem pretenda comprar arma alguma, mas quer que a liberdade de defender-se seja garantida para todos. Não é justo que seja vista como uma pessoa violenta ou comprometida com fabricantes ou vendedores de armas. Por outro lado, os defensores do “não” precisam entender os adeptos do “sim”. Defendendo a proibição do comércio de armas, estes últimos, ao seu modo, estão defendendo outro direito: o direito à vida. Se a forma de defender o direito à vida que eles adotaram é a melhor, não vem ao caso.
Finalmente: você que é defensor do “sim” diga “sim” à intercessão em favor de seu país e venha participar do esforço de oração e jejum que deveremos fazer nesta próxima terça-feira. Você que defende o “não” diga “não” ao comodismo e venha orar e jejuar também. Oremos todos pela libertação espiritual do nosso povo. O que o Brasil mais precisa é de Jesus.