plv0386

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Brasília, 21 de novembro de 2004.

INCLUI, PORÉM EXCLUI

  O episódio da absolvição da pecadora é um dos mais conhecidos da Bíblia. Interessante que só o evangelista João o descreve. Está no capítulo 8, versos 3 a 11. Vale a pena transcrevê-lo aqui, na íntegra. É assim: “E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; e, pondo-a no meio disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando. E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois que dizes? Isto dizia eles, tentando-o, para que tivesse, de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na Terra. E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. Quando ouviram isto, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém Senhor. E disse-lhe Jesus: nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais”.
  Para mim o detalhe importante aqui é a afirmação de Jesus: “Nem eu te condeno”. Por outro lado, este “nem eu”, iguala Jesus às outras pessoas em relação àquela mulher. Jesus era mais um que não condenava a pessoa que estava sob julgamento. Por outro lado, o “nem eu” de Jesus o difere, absolutamente dos outros.
  Os escribas e fariseus não puderam condenar a mulher porque eles próprios eram pecadores. O simples fato de não estarem trazendo o homem que estava adulterando com ela, já era um pecado. Ninguém adultera sozinho. Por que só ela tinha que ser julgada?
  Parcialidade, injustiça, não era o único pecado que aqueles homens praticavam. Quem garante que alguns deles, ou todos eles, também não vivessem cometendo adultério? Pode ser que, entre os acusadores, houvesse quem já tivesse adulterado com a própria ré! E, quer saber, existem pecados mais graves que adultério, blasfêmia contra o Espírito Santo por exemplo. A Bíblia mostra que aqueles religiosos cometiam tais pecados.
  Mas Jesus, não. Ele nunca pecou. Seu sacrifício na cruz, em favor de toda a humanidade, só é válido porque ele jamais cometeu pecado.
  Quando Jesus diz “nem eu também te condeno” as razões são completamente diferentes. Ele, Jesus, é o nosso Criador. Ele nos conhece. Sabe de nossas fraquezas. Das tentações que sofremos. Das circunstâncias que envolvem cada um de nós. Ele viu aquela mulher antes que ela nascesse. Viu seu nascimento, seu desenvolvimento, as pressões que sofreu no lar e fora dele. Se ela sofreu abuso, se foi induzida ao adultério, Jesus sabia de tudo.
  Jesus sabia que a mulher humilhada, amedrontada, ameaçada que lhe trouxeram era igual a todas as pessoas que haviam no mundo. E Jesus veio ao mundo para salvá-la, não para condená-la. Jesus veio para morrer no lugar dela. Por isso a acolheu, perdoou e salvou.
  A salvação de Jesus é extensiva a todos os pecadores. Na atual fase da História da Redenção, Ele não condena ninguém. A palavra dele para cada pecador é a mesma: “Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais”. Amém.

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