Brasília, 26 de setembro de 2004.
Um homem estava pregando para milhares de pessoas. Geralmente ele atraia gente para ouvi-lo. Mas naquele dia seu sermão não estava agradando aos seus ouvintes. As pessoas começaram a ir embora. O fluxo dos que se afastavam do pregador aumentava cada vez mais. Até que só restaram umas doze pessoas ou pouco mais que isso. O pregador se chamava Jesus Cristo e o sermão que Ele pregou na ocasião está registrado em João, capítulo 6, versos 26 a 59.
O que fez Jesus quando as pessoas começaram a se afastar dele? Baixou o “tom” do discurso? Hoje em dia muitos pregadores pseudocristãos fazem isso. E, para agradar as pessoas, fazem mil concessões. O evangelho entrou em liquidação. De tal forma que as pessoas estão atentas, procurando onde é que estão oferecendo o evangelho que dê mais em troca de menos. Já ouvi falar até de igrejas ditas evangélicas que reduziram o dízimo para cinco por cento e até menos. Ao invés de dizimo eles devem estar recebendo “cinquimos”.
Jesus não fez nenhuma concessão, não deu desconto. E quanto aos doze que ficaram, ele implorou para que não saíssem? Que nada! Jesus perguntou a eles: “Quereis vós também retirar-vos?” (João 6.67). Nosso Mestre estava mesmo disposto a recomeçar “do zero”, como se diz. No entender d’Ele ou nós o seguimos por convicção ou não adianta nada segui-lo.
Mas, e aí, a turma foi toda embora? Não. A resposta de Pedro, um dos renascentes, foi: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras de vida eterna. E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus” (João 6.68, 69).
Note o detalhe na resposta de Pedro: “Para quem iremos nós?”. A rigor ele deveria ter perguntado: “Para onde iremos nós?” Quando a gente vai, vai a algum lugar. Mas ele perguntou “para quem”?
Sabe, amigo, quando se trata de atender aos reclamos de nossa alma, nós não precisamos de coisas, precisamos de alguém. Nós não precisamos de lugares para ir, precisamos de alguém. Pedro e seus companheiros haviam encontrado o que precisavam. Ele disse: “Nós temos crido e conhecido”. Eles haviam experimentado Jesus e estavam satisfeitos. E mais, sabiam que nenhuma outra pessoa poderia dar-lhes a satisfação interior que Jesus lhes dava. A pergunta “para quem” traz implícita afirmação: “não vamos encontrar ninguém”.
A resposta do apóstolo Pedro é muito rica em ensinamentos. Quando ele diz “tu tens as palavras de vida eterna” está afirmando que o nosso ser interior se alimenta de palavras. Com isto concorda Jó 12.11: “Porventura o ouvido não provará as palavras como o paladar prova as comidas?”
No mundo físico, as pessoas comem coisas que podem fazer bem ou podem fazer mal. Algumas fazem muito mal. Há comidas que são saborosas, mas fazem mal à saúde. Algumas podem até matar. No mundo espiritual também é assim. Há palavras que são bonitas, agradam aos ouvidos, mas fazem mal. Algumas são maliciosas, outras são impiedosas, outras mentirosas, outras são até blasfêmias contra Deus disfarçadas de anedotas, poesias, tratado científico ou até mesmo de pregação religiosa.
Quem conhece as verdadeiras palavras de Jesus não se engana. Elas realmente fazem bem à alma. Elas realmente dão vida.
As palavras de Jesus estão na Bíblia Sagrada: Leia-as, ouça-as. Jesus está na Bíblia; veja-O. Ele disse: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (João 5.39).
Venha a Jesus e fique com Ele. Ele é tudo o que você precisa. Amém.