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Brasília, 1 de agosto de 2004.

CONSTRANGIMENTO PARA JESUS

  Veja este versículo aqui: “E chegaram à aldeia para onde iam e ele fez como quem ia para mais longe”. É Lucas 24:28. Quem fez como quem ia mais longe foi Jesus Cristo. Com Ele estavam dois de seus discípulos. Então se Jesus “fez com que ia”, é porque de fato não tinha a intenção de ir. Estaria Jesus enganando seus discípulos? Claro que não. Jesus nunca enganou ninguém. É bom prestar muita atenção no texto para entendê-lo bem.
  Foi no domingo da ressurreição. Jesus havia morrido na sexta-feira anterior. Porém ressuscitara naquela manhã e os discípulos ainda não sabiam. Dois deles se retiravam de Jerusalém, a cidade que foi palco da crucificação do Messias. Iam para uma aldeia chamada de Emaús, cheios de tristeza, decepção e incerteza. Jesus se aproximou, e conversando com eles, mas não foi por eles reconhecido, até que chegaram naquela encruzilhada.
  Jesus fez como quem ia para mais longe para dar aos seus queridos amigos a oportunidade de fazerem o que eles, realmente, fizeram. Diz o verso 29: “E eles o constrangeram dizendo: fica com eles”. Como um homem comum ficaria constrangido numa situação daquelas? Bem ele poderia pensar: “É. Eu não posso continuar minha viagem. Essas pessoas vão ficar preocupadas comigo e eu não quero isso. Não quero estragar a noite delas. É perigoso ficar andando por aí. Vou atender o conselho deles. Eu fico”.
  O que constrangeu Jesus a ficar não foram preocupações de uma pessoa comum. Jesus entendeu as palavras de seus companheiros de caminhada de uma forma muito diferente. Quando eles disseram: “Já é tarde e já declinou o dia” eles falavam do que se passava dentro de suas próprias almas. Eles queriam oferecer segurança ao viajante, mas muito mais do que isto, eles queriam a segurança que aquele viajante transmitia. Jesus percebeu a angústia deles. Jesus viu o medo que os assombrava. Jesus viu a carência que eles tinham de companhia e foi isso que o constrangeu a ficar.
  Quando o Pastor Jesus, foi ferido, suas ovelhas se dispersaram, tal como foi profetizado em Zacarias 13.7. As ovelhas estavam espalhadas e muito sofridas. Durante os dias em que Jesus esteve no deserto, decepção, tristeza e medo invadiram seus corações. Jesus sabia disso. Jesus conhecia o coração de seus seguidores como ninguém. Então, quando ressuscitou, foi em busca daqueles a quem amava tanto. Os discípulos que estavam em Jerusalém, conquanto se sentissem desiludidos e desamparados, estavam em contato uns com os outros, podiam até reunir-se se quisessem. Mas aqueles dois que estavam no caminho de Emaús estavam se afastando. Estavam ainda mais desgarrados do que os outros. Então Jesus foi ao encontro deles.
  A verdade da ressurreição do Messias era, e ainda é, algo muito grandioso. Ela transcende à nossa compreensão. Se Jesus aparecesse aos discípulos sem mais e nem menos, eles pensariam que estavam tendo uma alucinação. Era necessária uma preparação. Era necessária uma conscientização de que ela estava prevista nas próprias Escrituras Sagradas. Por isso Jesus não se deu a conhecer imediatamente a nenhum de seus seguidores, nem mesmo a Maria Madalena que o viu primeiro e só o reconheceu quando Ele a chamou pelo nome (João 20:11-16). Lá no caminho de Emaús não foi diferente. Primeiro o Senhor se aproximou, sem dar-se a conhecer. Depois levou os discípulos para a Bíblia. Mostrou que sua ressurreição estava mencionada, lá. E ficou esperando o momento certo de dar-se a conhecer.
  O pedido “fica conosco, Senhor” era o que Jesus estava esperando para concluir o processo de restauração de seus amigos queridos. Provavelmente é o que Ele está esperando de você também, querido leitor. Aproveite. Convide. Seu pedido vai constrangê-lo. Daqui a pouco seus olhos serão abertos para verdades com as quais você nunca sonhou.

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