Brasília, 25 de julho de 2004.
Desde que os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó começaram a multiplicar-se, Deus tem um povo na Terra. Israel é o povo de Deus do Antigo Testamento e a Igreja do Senhor Jesus é o povo de Deus do Novo Testamento.
Neste mundo o povo de Deus é constituído de homens e mulheres. A Bíblia diz que “não há homem que não peque” (I Reis 8.46 a). Logo, o povo de Deus é e sempre foi constituído de pecadores. Está escrito: “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós” (I João 1.8).
De qualquer modo, nossos pecados sempre entristecem ao Deus Santo. Ele nunca vai se acostumar com as nossas rebeldias. Todas as vezes que pecarmos nos arrepender e pedir perdão ao Senhor.
Ao longo da história tem havido épocas em que o povo de Deus inteiro se encontra afastado dos padrões de santidade estabelecidos pelo Senhor. Mas como é bom ler e tomar conhecimento dos despertamentos que têm conduzido o povo de Deus, em sua totalidade, ao arrependimento!
O que se vê em I Samuel 7.3-5 é um arrependimento coletivo do povo de Deus: “Então falou Samuel a toda a casa de Israel, dizendo: se com todo o vosso coração vos converterdes ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o vosso coração ao Senhor, e servi a ele só, e vos livrará da mão dos filisteus. Então os filhos de Israel tiraram dentre si aos baalins e aos astarotes, e serviram ao Senhor. Disse mais Samuel: congregai a todo o Israel em Mizpá, e orarei por vós ao Senhor”. O verso seguinte diz que o povo jejuou naquele dia.
O jejum é uma forma de demonstrarmos tristeza pelos nossos pecados. Ao mesmo tempo é uma forma de fortalecer o nosso espírito, de maneira a podermos resistir às tentações. pode acontecer de o jejum estar associado a algum empreendimento que exija de nós uma melhor condição espiritual.
A duração do jejum depende dos fins a que se destina. Quando o jejum é prolongado, é permitido tomar água, senão ele deixa de ser jejum para ser suicídio. No caso do jejum mencionado no capítulo 6 de I Samuel, eu creio que não se bebeu água, já que durou apenas um dia. Mas um detalhe me chamou a atenção. O verso 6 diz: “E congregaram-se em Mizpá, e tiraram água, e a derramaram perante o Senhor”. As pessoas tiraram a água, viam a água e não a bebiam. Porque fizeram isso?
A crise que o povo de Deus viveu naqueles dias foi muito grande. Eles passaram vinte anos tristes, humilhados (verso 2). Havia necessidade de uma grande reviravolta no plano espiritual.
Derramar água perante o Senhor, não bebê-la estando com sede, era um grande exercício de autocontrole. Dessa forma se mostrava um absoluto domínio do espírito sobre a carne.
Aquele ritual, também, era uma demonstração de confiança em Deus. as pessoas reunidas em Mizpá precisavam de uma intervenção divina em suas vidas, famílias e em sua nação. Algo tinha que vir do céu em direção a elas. As águas derramadas representavam a vinda da bênção desde os altos céus até o lugar onde elas estavam. Com aquele gesto as pessoas estavam declarando: “Senhor estamos perdendo tudo o que temos de mais precioso, inclusive a própria vida. Mas nós cremos que tu reporás essas perdas e nos mandarás muitas bênçãos. Nós esperamos em ti. Nós confiamos em ti”. E funcionou: a benção de Deus veio. O livramento chegou. Tudo se acertou.
Talvez o meu leitor esteja precisando de uma manifestação de arrependimento diante de Deus. se for o caso, não perca tempo. Deus o perdoará e abençoará. Amém.