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Brasília, 9 de novembro de 2003.

EM LOUVOR AO LOUVOR

  Ouvi, certa vez, um pregador falar de um homem que incomodava muita gente durante os cultos. É que ele, quando se entusiasmava, fazia uma espécie de “volta olímpica” dentro do templo, em pleno culto, bradando palavras de glorificação a Deus. Claro que muita gente não gostava nem um pouco daquilo.
  Acho que um dia fizeram uma espécie de comissão para conversar com o “desordeiro”. Aí ele explicou que durante muito tempo vivera preso a uma cadeira de rodas. Não conseguia levantar-se sem a ajuda de outras pessoas, muito menos podia andar, vivia imóvel, definhando aos poucos. Um dia Jesus o curou radicalmente. Circular dentro do templo, nos momentos mais alegres do culto, saltando, levantando e agitando as mãos com brados de Glórias a Deus era uma maneira de ela desfrutar da saúde e liberdade que agora possuía ao mesmo tempo em que demonstrava sua gratidão a Deus, o Grande Benfeitor.
  Na Bíblia há uma história semelhante. Ela está em Lucas 17:11-19. Ali dez leprosos são curados por Jesus “de uma taca só”. Os versos 15 e 16 dizem: “E um deles, vendo que estava são voltou glorificando a Deus em voz alta. E caiu-se aos seus pés com tosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano”.
  Aquele samaritano, sim, que era doido. Veio gritando pelo meio da rua. O evangelista disse que ele “voltou glorificando a Deus em alta voz”. Aquilo deve ter sido um escândalo. Muitas pessoas devem ter aberto as janelas, outras vieram atrás dele para ver o que estava acontecendo. E ele gritando feito louco. Mas era dando glória a Deus. Jesus elogiou a atitude daquele homem e ficou surpreso porque os outros nove curados não fizeram o mesmo.
  É engraçado como as pessoas acham natural que os torcedores gritem, pulem, batam palmas nos estádios, entusiasmados com o desempenho das equipes desportivas, e estranhem que os crentes façam o mesmo nos lugares em que cultuam ao Grande Deus. Acaso os efeitos dos atletas são mais espetaculares do que as grandes maravilhas que Deus opera no meio do seu povo? Coitadinho deles!
  Um time de futebol, ou de qualquer outra modalidade desportiva, pode ter um excelente desempenho num jogo e ser uma negação no outro. Pode terminar em primeiro lugar num campeonato e ser um dos últimos classificados no outro. As alegrias que proporcionam são muito efêmeras. Têm o seu valor, mas a verdade é que duram pouco.
  Jogadas geniais, perfeito entrosamento da equipe, persistência, garra para virar uma situação desvantajosa, tudo isso merece aplausos. Porém, comparado com o que o nosso Pai Celestial realiza em nós e através de nós, não é nada. Sem contar as grandes “jogadas” que Ele realiza a cada segundo, em toda a extensão do imenso universo, sem qualquer envolvimento nosso.
  “Grande é o Senhor e mui digno de louvor” nos diz o verso primeiro do Salmo 48. “Grandes são as obras do Senhor, procuradas por todos os que nelas tomam prazer” (Salmos 111:2). “Aplaudi com as mãos todos os povos; cantai a Deus com voz de triunfo. Porque o Senhor Altíssimo e tremendo, e Rei grande sobre toda a terra” (Salmos 47.1,2). “Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os moradores da terra; daí brados de alegria; regozijai-vos, e cantai louvores. Cantai louvores ao Senhor com a harpa; com a harpa e a voz do canto. Com trombetas e sons de buzinas, exultai perante a face do Senhor, do Rei. Brame o mar e a sua plenitude; o mundo, e os que nele habitam. Os rios batam palmas; regozijem-se também as montanhas”. (Salmos 98.4-8).
  Porque essa timidez na hora de louvar ao Senhor? Porque tanta restrição? Porque tanta disposição para pedir e tão pouca para agradecer? Porque tanta naturalidade para reclamar e tanta formalidade para louvar? Porque tanto entusiasmo para enaltecer aos homens e tanto recato para glorificar ao Criador?
  Experimente exaltar ao Senhor com voz alta. Experimente louvá-lo com todo o entusiasmo, com muita emoção. Bata palmas levante as mãos, grite “Glória a Deus” com toda força dos pulmões. Veja como é bom! Faz bem a saúde. E não é indecente não. Pelo contrário, o verso 1º do Salmo 147 nos diz:
“  Louvai ao Senhor, porque é bom cantar louvores ao nosso Deus; isto é agradável; decoroso é o louvor”.

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