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Brasília, 24 de agosto de 2003.

LEMBRANÇA DA REBELDIA

  Em sua caminhada pelo deserto os israelitas construíram um templo móvel, chamado “tabernáculo”, e, juntamente com ele, os confeccionaram vários móveis e utensílios para serem utilizados no culto a Deus. Ali havia altares, uma pia, uma mesa, uma arca e outros objetos, cada um com sua utilidade.
  Alguns anos após a inauguração do tabernáculo foi acrescentado ao acervo de objetos sagrados um item que não estava no projeto original. Eu creio que esse objeto não tinha lá tanta utilidade nas cerimônias religiosas uma vez que, no Monte Sinai, Deus deu a Moisés uma descrição detalhada de tudo o que seria necessário ao culto. Mas como foi Deus que mandou preparar o tal elemento adicional, alguma utilidade ele deveria ter.
  Vamos ver do que se tratava. O texto é Números 16:38: “Quanto aos incensários daqueles que pecaram contra as suas almas, deles se façam folhas estendidas para cobertura do altar; porquanto os trouxeram perante o Senhor, pelo que são santos; e serão por sinal aos filhos de Israel”. Então eram folhas metálicas para cobrir o altar.
  Analisando com mais cuidado todo o capítulo 16 do livro de Números, verificamos que as tais folhas metálicas tinham mais utilidade pelas coisas que simbolizavam e que traziam à memória do que pelo que se fazia com elas. A cobertura do altar, feita com folhas de cobre, trazia à lembrança de quem olhasse para ela um grave erro cometido por pessoas muito influentes, a certa altura da história do povo de Deus.
  Duzentos e cinquenta homens trouxeram, cada um, um incensário ao lugar de culto. Aquelas pessoas não estavam bem com Deus. eram rebeldes, teimosas, arrogantes. Mas trouxeram seus incensários perante o Senhor. A ira de Deus se derramou fulminante sobre elas. Duzentos e cinquenta homens morreram de uma vez e os seus incensários ficaram ali perante o Senhor. Já que os tais incensários foram consagrados a Deus, ele resolveu aproveitá-los. E o emprego que deu a eles dói o que já mencionamos antes. Com isso Deus ensinou às pessoas daquele tempo, e nos ensina até hoje, algumas coisas muito importantes.
  Os incensários de cobre, transformados em cobertura para o altar, nos ensinam a ter uma atitude construtiva em relação aos erros do passado. Todos nós já cometemos erros. Alguns erros podem ter sido muito graves, podem ter causado grandes prejuízos a outras pessoas e até a nós mesmos. Viver lamentando e chorando por causa de tais erros não nos ajuda em nada. Geralmente aumenta os prejuízos já tidos. Ficar com raiva de nós mesmos, nos maltratar, nos depreciar são atitudes negativas, prejudiciais. A única atitude positiva, construtiva, em relação às decisões e ações equivocadas que tivemos outrora é nos lembrarmos delas pra não voltar a cometê-las. Esta era uma lição que os israelitas tinham ao olhar para a cobertura do altar. É uma grande lição que podemos aprender hoje.
  Os duzentos e cinquenta rebeldes morreram, todos. Infelizmente eles mesmos não podiam olhar para a cobertura do altar feita com os seus incensários. Eles não podiam aprender mais nada. Mas as outras pessoas podiam. Aqui há outra grande lição: nós podemos aprender com os erros dos outros. Podemos aprender a não fazer o que eles fizeram. Se eles fizeram e se deram mal, porque é que nós vamos cometer o mesmo erro?
  Está vendo? Se seu amigo errou e sofreu por causa do erro, você não precisa passar pelo mesmo sofrimento só porque ele é seu amigo. Se você quer tirar alguma vantagem dessa amizade, aprenda a não errar e não erre. Pelo menos não cometa os mesmos erros do seu amigo.
  Se seu pai, sua mãe ou seu irmão vivem “quebrando a cara”, veja o que é que eles andam fazendo de errado e não faça. Não seja tolo. Você não precisa carregar a maldição de ninguém. Transforme a maldição em bênção evitando os erros que já trouxeram prejuízos aos seus familiares.
  É mais cômodo aprender a não errar observando as consequências ruins dos erros que outros cometeram. Vamos olhar para a cobertura do altar, lá em Números capítulo 16 e nunca vamos nos esquecer das grandes verdades que ela nos ensina.

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