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Brasília, 20 de abril de 2003.

O VASO DE ALABASTRO

  A mulher querendo agradar a Jesus quebrou um vaso de alabastro muito caro. Imediatamente um aroma muito bom encheu todo o ambiente. O cheiro de alabastro é realmente muito bom? Não. Alabastro tem cheiro de pedra. Vamos explicar.
  Nos tempos de Jesus não existia vidro. Os frascos eram feitos de madeira, de barro, de couro, de osso ou de pedra. Que frasco escolher dependia, como hoje e sempre, do que se queria guardar.
  Substâncias caras precisam ser guardadas em frascos resistentes para não se perderem facilmente. Nos tempos de Jesus os frascos mais resistentes eram os feitos de pedra, claro. Daí, os perfumes serem guardados neles.
  Alabastro é uma espécie de mármore, geralmente de cor rósea, e muito bonito, portanto. Um vaso de alabastro é algo bonito e resistente.
  Agora imagine uma garrafa de alabastro cheia de perfume. Se ela não for muito bem vedada o perfume se evapora, vai todo embora. Nos tempos bíblicos essa vedação era feita de tal modo que, para se extrair o conteúdo, só quebrando a garrafa.
  Foi o que aconteceu em Betânia. A mulher trouxe um frasco de alabastro cheio de substância aromática chamada nardo. No relato de Marcos, capítulo 14, versos 3 a 9, o valor estimado correspondia a trezentos denários, o que representava um ano inteiro de trabalho de um operário. A mulher, simplesmente, quebrou a garrada e derramou seu precioso conteúdo sobre a cabeça de Jesus.
  Como não se pode economizar tudo o que se ganha, aquela mulher deve ter trabalhado alguns anos para comprar aquele perfume. Em todos aqueles anos ela deve ter acalentado um sonho. O que ela tinha em mente? Não se sabe. O que se sabe é que tudo se evaporou em poucos minutos. Toda a sua recompensa foi o prazer de saber que Jesus estava bem perfumado.
  Algumas pessoas, algumas até seguidoras de Jesus, reprovaram veemente o ato daquela mulher. Jesus elogiou. Era tudo o que ela queria: a aprovação de Jesus. Não se importava se o mundo inteiro estivesse contra ela. Que mulher extraordinária.
  A aprovação explícita de Jesus foi excepcional. Ele disse que “em todas as partes do mundo onde este evangelho for pregado, também o que ela fez será contado para memória sua”. Então, naquele episódio houve algo mais do que podemos perceber à primeira vista.
  O vaso de alabastro quebrado em Betânia nos fala da essência do Evangelho. A base do Evangelho é o amor. É o amor de Deus para conosco e que deve ser correspondido por nós, igualmente com amor. Amar é dar-se, sem reservas, para a felicidade de alguém. Deus nos amou de tal maneira que nos deu o que Ele tinha de mais precioso: Jesus. Jesus é o perfume divino cuja alma derramou-se na morte (Is 53.12). Nós devemos dar a Deus todo o nosso ser, oferecendo-nos como oferta de cheiro suave (Efésios 5.2).
  O vaso de alabastro quebrado em Betânia nos lembra de que nunca podemos agradar perfeitamente a Deus sem que renunciemos aos nossos projetos pessoais em prol dos d’Ele. O Senhor Jesus nos diz categoricamente, em marcos 8.34: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo…”.
  O vaso de alabastro quebrado em Betânia nos ensina que mais importante que a Obra do Senhor da Obra. Muitas vezes é necessário deixar de pensar em tudo para pensar somente n’Ele e louvá-lo, adorá-lo, ou, simplesmente contemplá-lo.
  O vaso de alabastro quebrado em Betânia nos ensina que o importante não é a duração nem a popularidade do nosso ministério e, sim, o quanto ele agrada ao Senhor.
  O vaso de alabastro quebrado em Betânia correspondia ao coração quebrantado de uma mulher que, nessa condição, pode sintonizar-se com o Espírito de Deus e realizar algo que estava acima de sua própria compreensão. Obrigado, moça, por esse seu gesto. Estou feliz por me lembrar de você e fazê-la lembrada.

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