plv0316

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Brasília, 23 de março de 2003.

SE QUISERES…

  “E aconteceu que, quando estava numa daquelas cidades, eis que um homem cheio de lepra, vendo a Jesus, prostrou-se sobre o rosto, e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quiseres, bem podes limpar-me”.
Assim Lucas começa a narração de um dos mias impressionantes episódios da vida de Jesus. Isto está no capítulo 5, versos 12 a 15.
  Aquela horrenda criatura não é apenas um homem com lepra, é “um homem cheio de lepra”. Assim, sem mais e nem menos, se aproxima de Jesus. Ele não pode fazer isso, é contra as regras sociais, é contra os preceitos religiosos dos Judeus: leprosos têm que ficar separados, longe das pessoas sãs. Mas ele não leva nada disso em consideração.
  Após prestar reverência ao Senhor, o homem esquisito coloca Jesus em situação constrangedora. Sim, porque ao dizer a Jesus: “se quiseres, bem podes limpar-me”, ele está dando a entender que só não sai dali curado se não houver boa vontade para com ele. Jesus encontrou cada tipo neste mundo!
  Mas, pensando bem, aquilo era uma demonstração de fé. Aquele homem corria o risco de ser enxotado, exposto ao ridículo, apedrejado. Se ele se expôs a essa situação é porque cria que tudo podia terminar bem. Sim, ele tinha fé. Nos lugares ermos por onde andava, na situação miserável em que vivia, o dom da fé o alcançou. E o impulsionou, e o trouxe a Jesus e ali estava ele fazendo uma declaração de fé. Ele está reconhecendo publicamente que Jesus não é uma pessoa comum, Ele tem poder, Ele pode fazer o que os outros homens não podem. Por isso, antes de dizer qualquer palavra, o leproso prostra-se sobre o seu rosto diante do Messias.
  Como Jesus reage àquela excepcional demonstração de fé? Bem, como ele poderia reagir? A hipótese de deixar de curar o homem estava descartada porque não era do seu feito ignorar qualquer demonstração de fé, muito menos aquela. Outra possibilidade seria afastar-se do leproso e curá-lo de longe. Jesus já havia operado curas à distância em outras ocasiões. Sim, Ele poderia agir assim. Mas por que não curá-lo ali mesmo? A hipótese de, simplesmente, ordenar a cura do leproso era a mais provável. Qual foi a alternativa escolhida pelo Mestre? Nenhuma dessas.
  O que o evangelista Lucas nos diz é que Jesus “estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, sê limpo” (verso 13). Jesus fez mais do que ordenar a cura do leproso. Jesus tocou nele. A mão santa e pura do Senhor, deliberadamente, entrou em contato com aquele corpo cheio de lepra! Será que nosso querido Mestre não poderia curar aquela pobre criatura sem precisar chegar tão perto daquelas feridas tão feias, sem sentir aquele mau cheiro horrível, sem colocar sua mão em contato com coisas tão asquerosas? Claro que Ele poderia poupar-se de tudo isto. Mas ele não quis.
  O que se vê nos Evangelhos é que Jesus nunca teve medo de amar, embora pessoas amadas por Ele O tenham traído. Jesus nunca teve medo de que, ao ajudar alguém, viesse a complicar sua vida. Nunca deixou de ajudar ninguém por causa de tal medo. Jesus nunca teve medo de se comprometer com pessoas de vida complicada, até porque Ele já chegou a este mundo totalmente comprometido com a humanidade perdida.
  Jesus se envolvia, Jesus se comprometia, Jesus apertava a mão das pessoas, Ele tocava nos defuntos, Ele chorava nos enterros, gastava tempo com gente desprezada, participava das desgraças humanas. Assim é o meu Jesus!
  Se você não conhece Jesus, você precisa conhecê-lo. Ele não é alguém que se perdeu na história, Ele é uma pessoa viva e real, presente em qualquer lugar onde seja chamado. Seja você quem for, homem ou mulher, jovem ou idoso, rico ou pobre, douto ou indouto, grande ou pequeno, cheio de amigos ou totalmente esquecido e desprezado, Jesus se interessa na sua vida, nas circunstâncias que envolvem você, e vai resolver seu problema. Não tenha medo de incomodá-lo; Ele nunca se cansa de nos ajudar.
  Se você já conhece Jesus e tem sido ajudado por ele, procure conhecê-lo cada vez melhor. Procure conhecê-lo para amá-lo cada vez mais. E também para servi-lo cada vez melhor. Sim, ele quer continuar abençoando este mundo sofredor. Ele quer que seus admiradores sintam o prazer que ele sente ao socorrer as pessoas. Ele quer encher nosso coração com o mesmo amor que há no dele.
  O que Jesus fez em favor das pessoas, fez por prazer. O que Ele faz hoje em dia, é pelo puro prazer de ver as pessoas felizes. Ele é feliz assim. Jesus veio ao mundo em carne, em forma humana. Ele disse que seguidores poderiam fazer tudo o que ele fez (João 14.12).
  Seremos verdadeiramente felizes se vivermos como Jesus viveu neste mundo. Seremos felizes se amarmos como ele amou se ajudarmos aos nossos semelhantes como ele ajudou sem medo de socorrer a quem precisar de nós. Seremos verdadeiramente felizes se não negarmos o nosso sorriso, o nosso abraço, o nosso aperto de mão, nossas lágrimas, nosso dinheiro, nosso tempo, nossa vida.

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