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Brasília, 8 de dezembro de 2002.

BONITO POR FORA

  Quando minha avó Hozana era menina, viveu um tempo sozinho com o pai. Embora ela ajudasse na execução das tarefas simples da casa, quem cozinhava era ele. Até que um dia ela achou que já podia assumir maiores responsabilidades e resolveu dar uma surpresa ao pai.
  Ocorre que meu bisavô havia comprado um peixe muito bonito, antes de ir para o trabalho, e pretendia cozinhá-lo assim que terminasse o expediente da manhã, como costumava fazer. Sem que o pai soubesse, a menina lavou o peixe, tirou as escamas, cortou as barbatanas, temperou bem direitinho, como sempre via as outras pessoas fazerem, escolheu uma panela apropriada e pôs a comida para cozinhar. Quando imaginou que o peixe estava “no ponto”, afastou a panela do fogo e ficou toda eufórica imaginando a cara de felicidade do pai quando chegasse.
  “Ora, ora, minha filha já está ficando mocinha. Já sabe até cozinhar!”. Disse o orgulhoso pai enquanto ia tirando um pedaço do peixe e colocando-o no prato. “Ops! Estamos com um pequeno problema aqui. Minha querida auxiliar de cozinha se esqueceu de um detalhezinho. Não extraiu as tripas do peixe antes de cozinhar”.
  Pois é. O peixe estava muito por fora. Mas havia coisa dentro dele que deveria ter sido tirada e não foi. No final das contas, estava imprestável.
  Precisamos ter cuidado para não ficarmos como o peixe da minha avó: retendo dentro de nós coisas que precisam ser extraídas. Ressentimentos, invejas, culpas, complexos, etc, são coisas que precisam ser arrancadas, extirpadas, caso contrário comprometerão gravemente nossa qualidade de vida.
  Para sermos verdadeiramente felizes, precisamos passar por profundas transformações. O interior do nosso ser precisa trabalho. Não basta dar uma “melhorada”, não é suficiente dar uma lavadinha, meros retoques “cosméticos” não resolvem questão.
  Jesus disse a Nicodemos e continua dizendo àqueles que se contentam em viver uma religiosidade vazia: “Necessário vos é nascer de novo ” (Jo 3.7b). Paulo aconselha àqueles que já têm comunhão com Deus:
  “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento” Rm 12.2 a.

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