Brasília, 20 de outubro de 2002.
“E este parecer a toda a multidão, e elegeram Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timom, e Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia” Atos 6.5.
Certa vez eu estava presidindo uma assembleia de membros da igreja, tratando de um assunto que suscitou muita polêmica, quando um obreiro falou atrás de mim: “Eu nunca vi a palavra democracia na Bíblia”.
De fato, a palavra democracia não se encontra no texto bíblico. Como também não se encontra a palavra Trindade. Mas a Trindade existe. E a democracia está muito presente na Bíblia.
Deus é o maior democrata que existe. Ele, como ninguém, respeita o direito de as pessoas e os povos escolherem seu próprio destino.
Dou, abaixo, alguns exemplos de exercício da democracia encontrada na Bíblia.
No período patriarcal: Gênesis 31.4-16. Ali Jacó, antes de tomar uma decisão que afetaria o futuro de sua família, consulta suas esposas, expondo os aspectos da questão e aguardando a decisão delas.
No tempo em que Israel estava no Egito: Êxodo 4.29-31. Moisés e Arão convocam “todos os anciãos dos filhos de Israel” para lhes expor o que planejavam fazer.
Na caminhada do povo de Deus pelo deserto: Êxodo 18:17-23. Neste episódio, Moisés é aconselhado a exercer uma liderança descentralizada. Deviam ser procurados “dentre o povo” homens capazes.
No período dos Juízes: I Samuel 8.1-7. Davi consulta aos representantes do povo sobre a conveniência de se trazer a arca de Deus para Jerusalém. Veja a consulta de Davi: “Se bem vos parece…” (Verso 2). Veja o resultado: “Então disse toda a congregação que assim se fizesse” (verso 4).
Poderíamos apresentar muitos outros exemplos, mas o espaço aqui não permite. No Novo Testamento, o exercício da democracia está até no ato de profetizar (I Coríntios 14.29-32). A democracia é boa. Devemos agradecer a Deus por ela e exercê-la com responsabilidade.