Brasília, 16 de abril de 2000.
Os colonizadores portugueses, ao pisarem em solo brasileiro pela primeira vez, fincaram nele uma cruz. Isso foi bom ou foi ruim?
A adoção da cruz como um símbolo do cristianismo não é errada. Tanto que as igrejas protestantes em todo o mundo inclusive as Assembleias de Deus o fazem.
A questão é com que intenção nós apresentamos a cruz? Identificarmo-nos com Jesus Cristo, mostrar que queremos ter uma vida coerente com os ensinamentos d’Ele? Ou será uma mera repetição da velha tendência humana de venerar objetos? A cruz que apresentamos está associada àquela rude cruz, levantada no monte Calvário há dois mil anos ou à cruz de ouro, “marca” de uma organização humana enriquecida graças à exploração da religiosidade popular?
A cruz da primeira missa celebrada no Brasil foi erguida no bojo de uma forte associação entre Igreja e Estado. O descobrimento realizado pelos Portugueses e espanhóis eram obra de governos que não passavam de títeres nas mãos da Igreja romana. Essa era de domínio da Igreja sobre os Estados nacionais deixou terríveis marcas na história. Quanto desrespeito à liberdade de consciência! Quanta ganância! Que distância dos ensinamentos do Mestre da Galileia! Que incoerência!
O “cristianismo” trazido pelos portugueses e espanhóis para o Continente Americano, o “cristianismo” do desamor À Bíblia e consequente afastamento de seus ensinos, com introdução de aberrações tais como veneração de imagens, deificação de Maria, purgatório, inferioridade dos que se casam, e tantas outras, esse falso cristianismo como que “vacinou” os povos latino-americanos contra o verdadeiro evangelho. Só Deus sabe o prejuízo que tudo isso trouxe à humanidade no passado e no presente e o quanto comprometeu o nosso futuro.
Agora que o verdadeiro evangelho tem progredido nesta nação, aqueles que se identificavam verdadeiramente com a cruz de Cristo devem aprender as lições que a História ensina e não incorrer nos erros cometidos no passado. Além disso, importa pregar o genuíno evangelho em solo pátrio, para que o nosso povo seja verdadeiramente livre e abençoar os outros povos com o mesmo evangelho.