Brasília, 07 de setembro de 1997.
Qualquer igreja é fruto do trabalho missionário de outra. O Evangelho sempre alcança uma cultura como resultado do trabalho de igrejas de outras culturas. Então, toda e qualquer igreja deve sua existência às missões transculturais.
Nossa igreja é filha da igreja em São Cristóvão, Rio de Janeiro que, por sua vez, foi fundada pelos pioneiros da fé pentecostal no Brasil, os missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg.
Como resultado de sua gratidão para com a obra missionária e da consciência de seu dever, nossa igreja enviou ao campo sua primeira missionária, Rute Silva, no ano de 1975. Rute deixou sua família, sua igreja e seu país, abrindo mão de um bom emprego e de um casamento promissor, para ir ao continente africano, para um país em guerra. A mesma coragem foi demonstrada, muitos anos depois, Neuza de Jesus, que morreu na Índia, e Glenda do Amaral, que enfrentou o comunismo chinês.
É impossível avaliar os resultados do trabalho de Rute, Neuza, Glenda e de qualquer missionário. A Obra de Deus é espiritual, portanto misteriosa. Uma coisa é certa: A Palavra de Deus não volta vazia (Is 55.11).
Nosso trabalho missionário no Uruguai começou na casa de Manoel Vicente e Gilda. Eles foram de Brasília para Paysandú transferidos pelo Itamaraty. Os abençoados cultos na residência daqueles servos de Deus resultaram numa grande igreja que hoje se autossustenta, mantém sua igreja filha em Mercedes, também no Uruguai, e dá continuidade àquilo que estávamos fazendo em Noetinger, na Argentina. Diga-se de passagem, que nosso envolvimento com a evangelização do interior da Argentina também se deveu a fatores circunstanciais. Fatores circunstanciais também determinam o nosso envolvimento com Espanha e África do Sul. Mas a Bíblia nos mostra muitas e muitas ocasiões em que Deus operou através das circunstâncias.
Tudo o que mencionamos até aqui e o que vamos abordar em seguida é fruto de nossa própria experiência, como igreja local, nesses 22 anos de envolvimento com missões transculturais.
Atuando em Portugal, Espanha e África do Sul, estamos localizados em pontos estratégicos da batalha de missões. O mesmo Espírito Santo que estrategicamente direcionou a obra missionária para Antioquia e Macedônia, nos tempos primitivos (atos, capítulos 11 e 16), tem-nos conduzido para os lugares a partir dos quais poderemos realizar um trabalho de grande alcance.
Quase todas as pessoas que temos enviado ao campo missionário, são jovens, às vezes até solteiros, com pouca experiência e, não raro, em desvantagem até na aparência e porte físico. Mas são esses que Deus tem usado pra realizar grandes proezas no setor de evangelização transcultural. Qual é a explicação para isso? A resposta está em I Co 1.26-30.
Estamos, oficialmente, comemorando 35 anos de existência, 22 dos quais com intensa dedicação a missões transculturais. Temos pagado um alto preço por isso, mas valeu à pena. O espaço e o tempo de que dispomos são muito pequenos para relatarmos o quanto o Senhor tem nos abençoado. Poderíamos com toda a propriedade, tomar o Salmo 126 como tema de nossas comemorações. Mas estamos adotando Lucas 5.7 para homenagear a todos os que têm sido nossos parceiros nesta obra de fé. Para esses, queremos também oferecer Fp 4.19.
Para aqueles que são meros críticos ou espectadores do trabalho dramático que esta igreja tem realizado em prol da evangelização de outros povos, lançamos um apelo a que mudem de atitude e deem também sua parcela de cooperação, pois QUANDO HÁ PARCERIA, A PESCA É MELHOR!