Brasília, 14 de junho de 1992.
Os acontecimentos do mundo político brasileiro, envolvendo altas autoridades, podem deixar alguém confuso sem saber que posicionamento tomar.
Em primeiro lugar é necessário que estejamos conscientes de nosso dever de orar pelas autoridades sejam elas que forem (I Tm 2.1-4). Aliás, aproveitando a citação bíblica aqui feita, note-se que ela contraria frontalmente o pensamento daqueles que são adeptos da filosofia de “deixar piorar porque o mundo está ruim quando Jesus voltar e assim é até bom que as coisas piorem”. O texto diz claramente que devemos orar para que tenhamos uma vida tranquila e sossegada, em toda piedade e honestidade. Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso salvador.
Em segundo lugar, devemos honrar as autoridades (Rm 13.12; I Pe 2.17). Aqui também cabe mais um comentário, quando Pedro e Paulo recomendaram que deviam tratar com honra as autoridades, os líderes nacionais eram prepotentes, presunçosos e cruéis. Aliás, ambos, os apóstolos foram assassinados por mandado dos reis da época. Não podemos nos referir às autoridades como a pessoas quaisquer, utilizando adjetivos depreciadores. Não sejamos enquadrados como pessoas que “rejeitam toda autoridade, e blasfemam das dignidades” (Judas versículo 8). O arcanjo Miguel, poderoso como é, não ousou falar mal o pior dos seres, existentes (Jd 9).
O que dissemos acima não significa que devemos concordar com atos desonestos praticados por pessoas investidas de autoridade. O fato de que atos lesivos ao país venham a público, pode ser e deve ser resultado das orações dos crentes.
Devemos continuar orando para que tais fatos recebam o tratamento devido nos foros competentes. Que a corrupção governamental, como chaga social que é, seja exposta, tratada e curada.