Brasília, 10 de abril de 1988.
A Páscoa
Continuação da semana passada.
Paulo não recomenda aqui a celebração da Páscoa, mas dá-nos a explicação de como esta festa judaica, apontava assim como as outras festas e cerimônias da lei mosaica, para as realidades que haviam de se cumprir em Cristo e sua igreja.
“Todas estas coisas lhe sobrevieram (aos judeus) como exemplos (TYPOS, no grego) e foram escritas para advertência nossa… sobre quem os fins dos séculos têm chegado (1 Co. 10:11).”
Vindo, porém, a realidade, o antítipo, o cumprimento daquilo que aquelas figuras anunciavam, não devemos mais persistir nas práticas das aludidas cerimônias. Por isso que a palavra de Deus anunciou o seu término quase 800 anos antes de Cristo: “Farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, os seus sábados e todas as suas solenidades (Os. 2:11).” Paulo reconhecendo que já fazemos parte do corpo de Cristo (1 Co 12:13), justificava a não observância das cerimônias judaicas com estas palavras: “Ninguém pois vos julgue por causa da comida ou bebida, ou a respeito de festas anuais, ou de lua nova, ou de sábados, que são apenas sombras das coisas que haviam de vir, mas a realidade é o Corpo de Cristo (Cl. 2:16-17).” Se temos o corpo, porque buscar a sombra?
Os cristãos, pois, não celebram a festa da Páscoa, das Primícias, dos Pães asmos, das Trombetas, do Pentecostes, dos Tabernáculos nem da Expiação, festas anuais, tampouco são obrigados a observar as luas novas, festas mensais, ou a guardar os sábados, festas semanais. Guardar dias, meses, tempos e anos, são elementos fracos e miseráveis a que os Cristãos não se devem escravizar. Assevera Paulo em Gálatas 4:9-10.
Aproveitemos, entretanto, a atmosfera da religiosidade destes períodos para falar sobre os mesmos temas, tanto para o ensino da igreja, como para a evangelização.