Brasília, 18 de setembro de 2011.
O fogo do cerrado, as negras colunas de fumaça subindo para os céus, e o forte cheiro de queimado nos lembram: é tempo de seca no Distrito Federal. E se a fumaça que impregna o ar fosse mais espessa do que costuma ser, de forma que não pudéssemos ver nada disso, nossa pele ressequida, as vias respiratórias ardendo e o nariz, não raro, sangrando, não nos deixariam esquecer. Sim, estamos no tempo das secas. Mas, como se fosse a primeira vez que isso estivesse acontecendo, os noticiários, feitos para serem lidos, ouvidos e vistos aqui e em todo o Brasil, todos os dias ficam dizendo: não chove por aqui a não sei quantos dias, a umidade relativa do ar está muito baixa, e outras coisas desse tipo.
Uma coisa é certa: o clima aqui em nossa região, graças a Deus, é bem previsível. As chuvas parar em maio ou junho e só voltam no final de setembro ou no princípio de outubro. Se pessoas inescrupulosas tocam fogo na vegetação, se nós não protegemos adequadamente nosso ecossistema, é outra história. A verdade é que o tempo de seca é uma espécie de trégua para que se façam coisas que não podem ou não devem ser realizadas debaixo de chuva, como o próprio preparo da terra para a lavoura, por exemplo.
Precisamos de tempo de chuva e precisamos de tempo de seca. Isso é válido na vida natural e na vida espiritual. No mínimo, o tempo seco serve para nos fazer valorizar as chuvas e ansiar por água do céu. E quando as nuvens se derramam sobre nós, que alegria! O ar fica mais puro e úmido, a vegetação fica exuberante, e nossa Brasília fica tão inda outra vez! Assim como valorizamos tanto a estação das chuvas, devemos valorizar a comunhão com Deus. Nossa atitude deve ser a mesma do escritor sacro, descrita no Salmo 63, verso 1º:
“Ó Deus, tu és o meu Deus; de madrugada te buscarei: a minha carne te deseja muito em uma terá seca e cansada, onde não há água”.