plv0606

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Brasília, 03 de julho de 2011.

TRABALHANDO CONTRA SI MESMO

  Absalão tinha tudo para se dar bem na vida. Para começo de conversa, era filho do rei e o segundo na ordem sucessória. E era um príncipe que cumpria os figurinos dos contos de fada: a Bíblia nos diz que ele era muito formoso (II Sm 14.25).
  Outra característica notável de Absalão era a capacidade que tinha de esconder seus sentimentos. Quando Amnon, seu irmão mais velho, cometeu algo que o magoou muito ele “não falou mal nem bem” (II Sm 13:22). Calou-se a respeito do episódio durante dois anos, tempo suficiente para as pessoas pensarem que ele já havia se esquecido de tudo. Passado esse tempo ele, simplesmente, se vingou de Amnon assassinando-o. Que tremendo autocontrole! Mas empregado contra ele mesmo, na medida em que foi utilizado para sufocar uma mágoa da qual ele, deliberadamente, não quis se livrar. Quanto mal aquele ressentimento, guardado no coração por tanto tempo, deve ter feito àquele jovem!
  Outro talento do formoso príncipe: habilidade política. A Bíblia nos diz que ele conseguiu “roubar o coração do povo”. O pai dele vinha fazendo um bom governo havia décadas, mas ele, usando de certos artifícios, conseguiu convencer a muita gente de que era capaz de fazer melhor. Mais tarde, mostrou também que sabia se assessorar de maneira competente. Tão logo conseguiu chegar ao poder, contratou a Aitofel, a pessoa de quem a Bíblia diz que tem tanta credibilidade que sua palavra era como se fosse a palavra de Deus (II Sm 16.23).
  Aparentemente, Absalão matou a Amnon movido pelo senso de justiça. Mas a crueldade com que agiu para com o próprio pai mais tarde mostrou que ele não era nem um pouco melhor do que o irmão ao qual assassinou. Então, já que o que moveu não foi a busca de justiça, a motivação verdadeira terá sido a ambição. O que ele queria, mesmo, era livrar-se da única pessoa que tinha mais direito ao trono o que ele. Aquele moço não foi movido por aspirações e sonhos, como seria normal, mas por uma avassaladora ambição.
  A desmesurada ambição resultou em amarga ingratidão. Quando o pai lhe permite voltar à casa, mesmo tendo cometido o crime que cometeu, ele se prevalece da situação para tentar depô-lo e matá-lo. Outro episódio de sua vida tomou ainda mais evidente o fato de que ele era do tipo que não escolhe métodos nem respeita princípios éticos quando luta por seus interesses (II Sm 16.21-22).
  Pois é, um homem tão promissor terminou a vida prematuramente e em condições trágicas, para si e para o seu povo. Na verdade, cada um dos talentos que possuía acabou por trabalhar contra ele mesmo. Por exemplo, sua privilegiada cabeleireira, um dos maiores motivos de seu orgulho, serviu para mantê-lo pendurado em uma árvore, totalmente vulnerável diante de quem o queria matar (II Sm 18.9-15).
  Enfim, o jovem príncipe deixou-se dominar por sentimentos ruins, usou os métodos errados e nos momentos errados, na luta de interesses equivocados. E se deu muito mal. Quem quiser ser feliz e bem sucedido na vida, é só observar as atitudes e os atos de Absalão…e fazer tudo ao contrário do que ele fez!

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