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Brasília, 29 de maio de 2011.

COMO DEUS TRABALHA

  Vamos meditar um pouco no salmo 127? Esse salmo fala-nos de construção e de vigilância. Ele começa dizendo: “Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção. Se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda”. Não deixa de ser muito revolucionária essa visão de Deus como “construtor da casa” e como alguém que vigia a cidade. Mas quando, no versículo 2, o escritor fala da inutilidade de se trabalhar “arduamente por alimento”, vê-se que ele está tratando de coisas muito mais amplas. Os verbos “construir” e “vigiar” têm aplicação simbólica. O que o salmista está dizendo é que Deus tem uma atuação neste mundo muito mais frequente do que se costuma pensar.
  Eu digo que Deus, depois de criar este mundo, continua atuando aqui, produzindo coisas boas, úteis e belas. Sim, o escritor Tiago nos diz: “Toda boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descendo do pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes” (Tiago 1.17).
  Agora que ninguém se engane, Deus nunca fez e nem vai fazer casa pra ninguém neste mundo, nem vigiar a cidade de ninguém, sozinho. Ele trabalha em parceria conosco. Ele faz sim, a parte d’Ele, mas espera que nós façamos a nossa. É inútil trabalhar sozinho (verso 2), mas é tolice esperar que Deus faça tudo para nós.
  No meio do salmo o escritor começa a falar de filhos. É natural, já que ele está falando de casa. Mas é preciso refletir com mais profundidade, se entendermos que “casa” não é, necessariamente um lugar para se morar, mas representa qualquer tipo de projeto, qualquer coisa nova que se queira produzir. Então, “filhos” podem significar as novas gerações, ou seja, as gerações que surgirão e desfrutarão as “construções” que fizermos.
  Já que os filhos “virão”, até como uma “recompensa” que o Senhor nos dará, devemos “construir” pensando no futuro. Expressando-me melhor: com a ajuda de Deus, construamos, façamos coisas novas que sejam boas, que abençoem as pessoas de nossa geração e das gerações futuras.
  O escritor do salmo 127 compara os filhos como “flechas nas mãos do guerreiro”. Com isso ele está nos dizendo que, seja na criação dos filhos, seja na realização de qualquer coisa que tenha efeito futuro, devemos estar sempre visando o alcance de alvos, de metas. Então, nunca devemos trabalhar a esmo, sem saber bem o que queremos alcançar com o fruto do nosso trabalho.

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