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Brasília, 31 de outubro de 2010.

DIA DE FINADOS

  Na próxima terça-feira, como no dia 2 de novembro de cada ano, os cemitérios de nossas cidades vão estar superlotados. As lojas que vendem flores e as que vendem velas vão faturar como em nenhum outro dia do ano. Os donos de táxis também vão ganhar um dinheirinho extra. Certos grupos religiosos que cobram pela realização de cultos fúnebres, idem. Pessoas que não se veem durante todo o ano vão se encontrar junto às sepulturas de seus ancestrais e de outros familiares. Enfim, são coisas do dia de finados.
  Reverenciar a memória dos nossos familiares e amigos já falecidos não é uma coisa errada, desde que se observem certos limites. E que limites seriam esses?
  Em primeiro lugar, o limite da sanidade espiritual. Com isso eu quero dizer que a nossa maneira de lidar com os assuntos referentes aos mortos tem a ver com a nossa espiritualidade e nossa espiritualidade tem a ver com a nossa fé. E nossa fé deve basear-se em princípios sadios. O verdadeiro cristianismo baseia-se na Bíblia. A Bíblia tem ensinamentos bem específicos e claros acerca dos mortos. Basta ver Dt 18.10, 11; I Cr 10.13, 14; II Sm 12.18-23; e Is 18.19. A Bíblia ensina, também, que não se pode fazer mais nada por uma pessoa morta porque “aos homens está ordenado morrerem uma vez vindo depois disso o juízo” (Hb 9.27). Na história do rico e Lázaro, Jesus nos ensina que não há justificativa para que um morto volte a este mundo, nem mesmo para anunciar o evangelho (Lc 16.19-31).
  Em segundo lugar, há o limite da sanidade mental, ou, para ser mais moderado, o limite do bom senso. Se alguém quer manter a sepultura do seu ente querido mais arrumadinho, cuide dela com regularidade ao longo do ano e não apenas no dia em que tudo está tão tumultuado, as coisas são mais caras e o desleixo já deteriorou tudo. E mias: saiba-se que tudo o que se fizer será para agradar a quem vai visitar ou avistar a sepultura e não para agradar o morto porque este, literalmente, “não está aí para nada daquilo”. Quer agradar a seus parentes e seus amigos? Faça isso enquanto eles estão vivos. Trate bem a todos porque nunca se sabe quando qualquer um deles vai deixar este mundo.
  Para terminar, é uma boa coisa visitar os cemitérios, especialmente no dia de finados, para se evangelizar. Não há dúvida de que ali, todos estão mais receptivos aos assuntos espirituais. Além do mais, é válido levar conforto às pessoas que estão tristes, lembrando-se dos seus entes queridos que já morreram. Afinal, nós que ainda estamos vivos, e não sabemos por quanto tempo, devemos aproveitar nossa vida contribuindo para que a vida dos outros seja menos penosa, mais agradável e mais produtiva.

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