Brasília, 01 de agosto de 2010.
É fato notório que o diabo tem um ódio mortal da Bíblia. Claro, sendo ele o pai da mentira, só pode odiar a Palavra de Deus que é a Verdade. O Príncipe das trevas não gosta, nem um pouco, da luz.
Em seu ódio da Palavra de Deus, satanás tem feito tudo para bani-la da face da Terra. Muitas vezes e em muitos lugares, ele desfere ataques brutais: usou e usa a pessoas para matar os que trabalham na tradução, distribuição e pregação da Palavra de Deus; muitos milhares de Bíblias têm sido queimadas e gráficas que as produzem destruídas. É um ataque violento, direto.
Às vezes o inimigo usa meios mais sofisticados. Tais meios não são menos perigosos. Em geral, são até mais danosos. Pode ser que venham de fora, na forma de tentativas de desmoralizar a Palavra de Deus, como o anúncio de pretensas descobertas científicas contrárias ao que a Bíblia diz, e coisas assim.
O que é de estarrecer é que os ataques sutis podem partir, e muitas vezes partem, de dentro da própria cristandade.
Houve um tempo em que os líderes de maior influência entre os cristãos simplesmente proibiam a tradução da Bíblia para outras línguas, proibiam a distribuição dela para o público em geral e, sem nenhum pudor, proibiam as pessoas comuns de lê-la!
Quando se proibiu a leitura da Bíblia por parte das pessoas comuns, a justificativa era que somente os líderes religiosos teriam capacidade para entendê-la corretamente. Como se isso não bastasse, aqueles que se diziam competentes para interpretar as escrituras Sagradas cometiam os erros mais grosseiros em seu pretenso trabalho de “interpretação”. Uma prática comum era da “alegorização” exagerada. Prática, diga-se de passagem, que se generalizou e se manteve entre os líderes ditos cristãos por muito tempo. Ela consistia em dizer que tudo na Bíblia é alegórico. Nada deve ser interpretado literalmente. Já dá para perceber aonde isso pode levar. Um texto bíblico pode significar qualquer coisa que o leitor queira que ele signifique. E foi por essas e por outras que o cristianismo passou por um longo período de trevas, com a adoção de várias práticas pagãs.
A interpretação alegórica de certos textos bíblicos não é, necessariamente, errada. Há muitas passagens que são essencialmente alegóricas. Mas quando é assim, o próprio texto bíblico deixa isso claro. Por exemplo, em Hebreus 9.9 o escritor nos diz que certo aspecto do culto do Antigo Testamento “é uma alegoria para o tempo presente”.
Pode ser que um pregador dos nossos dias encontre uma interpretação alegórica para uma determinada passagem da Bíblia. Na verdade, isso acontece até com certa frequência. Nesse caso, o cuidado que se deve ter é o de não dar ao texto uma aplicação que seja contraditória à interpretação literal do texto ou mesmo à mensagem bíblica como um todo. Sim, porque por mais que o texto permita uma interpretação alegórica, ele tem uma interpretação literal, direta. Tenhamos cuidado com certas “interpretações” que andam dando à Bíblia hoje em dia. Não nos esqueçamos de que o ódio que satanás tem da Palavra de Deus não diminui nem um pouco.