Brasília, 2 de maio de 2010.
A maioria das pessoas a chamam de “santa Ceia”. Penso que isso é um reflexo da dificuldade de nos livrarmos da antiga “Santa Eucaristia” ou da “Santa Hóstia”. Já nos livramos da “Santa Igreja” (já temos liberdade de chamá-la de “Igreja”), dos “Santos Apóstolos” (já entendemos que todos os verdadeiros cristãos são santos, segundo o que nos ensina I Coríntios 1:2, e várias outras passagens bíblicas). Mas ainda ficou o ranço da “Santa Ceia”, algo que nem aparece na Bíblia. Eu prefiro “Ceia do Senhor” porque esta, sim é uma expressão bíblica (I Coríntios 11.20).
Aqui em nossa igreja, costumamos iniciar o serviço da Ceia dizendo: “A Ceia do Senhor é servida a pessoas que professam a fé evangélica, que já sejam membros de alguma igreja e que estejam em plena comunhão com Deus”. Porque agimos assim?
Em I Coríntios 11.27 a 29 está escrito: “Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor. Examine-se pois o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba feste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor”.
Então, a recusa de servir a Ceia a uma pessoa que não seja membro de uma igreja evangélica não é um ato de descortesia: é um ato de misericórdia. Não queremos que ninguém tome a Ceia “para sua própria condenação”.
Com base em quê uma pessoa que não tem um mínimo de conhecimento bíblico vai examinar-se? Como vai discernir o corpo do Senhor? Nós entendemos que qualquer igreja evangélica, antes de batizar alguém para tê-lo como membro dá as instruções bíblicas sobre o que é seguir a Cristo. É até possível que alguma igreja evangélica não siga esta regra ou que alguém consiga burlar a regra onde ela é seguida, mas aí já é outra história. Não é possível e nem conveniente controlar a situação de cada pessoa que quer participar da Ceia. Somente insistimos na recomendação bíblica “examine-se o homem a si mesmo”.
Quem frequenta a igreja e quer participar da Ceia, mas está impedido por ainda não ter sido batizado, procure a classe de preparação para o batismo, receba os ensinamentos básicos da fé cristã e desça às águas o quanto antes (a exemplo da Ceia, o batismo é uma ordenança do Senhor Jesus. Assim, ele é tão importante quanto a Ceia).
Quem frequenta a igreja e não tem vontade de participar da Ceia, saiba que está perdendo algo muito importante para o fortalecimento de sua fé e para o exercício de sua comunhão com Deus e com os irmãos. A Ceia reforça nossa comunhão tanto no sentido vertical, com Deus, como no sentido horizontal, com os irmãos.
Lembremo-nos do que nos diz I João 1.7: “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado”.