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Brasília, 25 de outubro de 2009.

VAI TER SORTE ASSIM LÁ NO POÇO DE JACÓ

  A mulher samaritana mencionada no capítulo 4 do Evangelho escrito por João, ao que parece, teve uma vida muito comentada no tempo em que Jesus esteve neste mundo. Mas, ela morreu há dois mil anos e sua vida continua na boca do povo.
  Eu já ouvi alguém comentar: “Aquela mulher teve a sorte de nascer muito bonita. E se era feia, aí então sua sorte era muito maior. Só com uma sorte abundantemente grande uma mulher feia poderia arranjar cinco casamentos, enquanto muitas mulheres, mesmo bonitas, mal conseguem conquistar um”!
  É, mas a agitada vida amorosa da samaritana não era, propriamente, reflexo, de um bem-estar interior. Pelo contrário: observando-se as poucas, mas precisas, palavras de João sobre aquela criatura tão fascinante, vê-se que ela vivia atormentada por uma sede interior muito grande. A escolha do poço onde ela costumava buscar água ao meio-dia (hora só apropriada pra quem quer fugir dos fofoqueiros), certamente, devia-se a fatores histórico-religiosos. Com orgulho, ela afirmou que o patriarca Jacó, a quem ela chamou de “nosso pai”, havia bebido daquele poço, “e seus filhos e seu gado” (João 4:12). Eu fico imaginando que aquela mulher infeliz alimentava a esperança de que as águas de um poço tão célebre tivessem o poder de neutralizar seus muitos pecados.
  Havia outro fator que levava a samaritana a ter certa esperança de ser aceita por Deus, apesar de ter uma vida tão excêntrica: o fato de ela poder adorar o Criador no Monte Gerizim, lugar em que foram impetradas bênçãos sobre o povo de Israel, logo ao entrar em Canaã (Deuteronômio 27.11, 12). Ela mencionou algo a respeito disso no diálogo que teve com Jesus (verso 20).
  Bem, além de tudo o que foi dito, a samaritana sabia da promessa da vinda do Messias a este mundo (verso 25). Então, a “beldade” era cheia de religião, mas vazia de Deus.
  Eu creio, sim, que a mulher samaritana teve uma boa sorte em sua vida. Mas não da forma como algumas pessoas pensam. Eu creio que a “sorte”, o destino de cada pessoa, depende de Deus e dela própria. Não tem nada a ver com acaso.
  O encontro de Jesus com a mulher samaritana foi uma coisa pensada, planejada. A Bíblia diz que “era necessário” para Jesus passar por Samaria (verso 4). É fácil perceber que tal necessidade decorria do desejo que o maravilhoso Mestre tinha de abençoar aquela alma sedenta.
  A mulher samaritana, feia ou bonita, teve a boa sorte de aproveitar bem aquele encontro tão inesperado para ela. Resultado: acabou se tornando numa eficientíssima missionária, levando até as pessoas que falavam mal dela a reconhecer em Jesus o verdadeiro Messias (versos 28 a 30 e 39 a 42).
  Cada um de nós, sem exceção, tem a sorte de ser amado por um Deus tão maravilhoso que nos deu o que Ele tem de mais valioso: o seu Filho Unigênito.
  Jesus derramou seu precioso sangue na cruz para que cada um de nós possa ser purificado de todo o pecado e possa ter um relacionamento perfeito com Deus. Sim, cada um de nós pode adorar a Deus em espírito e em verdade (João 4.23, 24). Isso, sim, que é sorte!

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