Brasília, 24 de agosto de 2008.
Em sua mensagem profética, Malaquias diz o sacerdote “é o anjo do Senhor” (capítulo 2, verso 7). Mas, no início do capítulo 3 de seu livro, está escrito: “Eis que eu envio o meu anjo, que preparará o caminho diante de mim”. Analisando o conteúdo do verso 5 do capítulo 4, entendemos que esse anjo não é um sacerdote e sim um profeta: “Eis que vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor”. Aqui, o texto se refere ao profeta João Batista.
Na verdade, o termo “anjo” quer dizer, literalmente, “mensageiro”. Então, um sacerdote deve ser um mensageiro de Deus. Um profeta, é claro, também é um mensageiro. Quem exerce qualquer um desses ofícios, deve estar disposto a ser um transmissor daquilo que Deus queira comunicar aos homens.
O próprio nome “Malaquias” quer dizer “meu anjo” ou “meu mensageiro”. E Malaquias fez jus ao nome que tinha: portou-se como um fiel mensageiro do Senhor. A mensagem de seu livro é, em muitos trechos, muito dura. Nem por isso deixa de ser uma mensagem de amor. O livro começa com uma declaração de amor de Deus por seu povo. Então, é o amor de Deus que O leva a zelar pela saúde espiritual de Israel. O amor de Deus por seu povo transcende ao tempo do profeta Malaquias. Deus promete que vai prover um meio de salvar, não apenas o povo de Israel, mas os povos de todas as nações do mundo: “Mas desde o nascente do sol até ao poente será grande entre as nações o meu nome” (capítulo 1, verso 11). Aquele que “salvação trará debaixo de suas asas” é chamado de “sol da justiça” (capítulo 4, verso 2). Mas no primeiro verso do capítulo 3, Ele é chamado de “anjo do concerto”. Esse é o maior de todos os anjos ou mensageiros de Deus e não poderia ser outra pessoa: é o nosso maravilhoso Senhor Jesus. Jesus foi o único mensageiro que era, em si, a própria mensagem, O Verbo. Ele é o maior profeta de todos os tempos. E, é, também, o eterno Sumo-Sacerdote.
Como Sumo-Sacerdote, Jesus é insuperável e insubstituível. Mas, ao oferecer o sacrifício de Si mesmo na cruz do Calvário, “Ele comprou para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; e para o nosso Deus os fez reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra” (Apocalipse 5.9,10).
Então, os seguidores de Jesus, nós, somos sacerdotes. Portanto, somos “anjos”,” mensageiros”.
Nossa mensagem deve ser, a exemplo de Malaquias, uma mensagem de amor. E, como tal, deve ser uma mensagem que contribua para sanar a sociedade em meio à qual vivemos.
Malaquias dizia, e nós precisamos dizer também, que Deus é o Senhor e não o servo. Ele tem todo o direito de receber de nós todo o amor, toda a lealdade e toda a exaltação que nossas forças e recursos possam permitir. Nada de oferecer ao Senhor o resto, o que não tem valor, o que ninguém mais quer.
Nada de oferecer a Deus “animal cego, coxo ou enfermo” (Malaquias 1.8). Honremos ao Senhor com nossos dízimos e ofertas (3.10). Anunciemos ao mundo, também, que Deus aborrece o divórcio (capítulo 2, verso 16). Proclamemos, com nossas palavras e com o nosso viver que, ao contrário do que alguns dizem, vale a pena servir ao Senhor (capítulo 3, versos 14 a 18).
Sejamos fiéis mensageiros de Deus em nosso tempo. Sejamos verdadeiros Malaquias do século 21.