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Brasília, 17 de agosto de 2008.

A ALEGRIA DE VIVER UM EVANGELHO COMPLETO

  As três epístolas do apóstolo João são tão pequenas que podem ser lidas em menos de vinte minutos. As duas últimas, juntas, cabem numa página de uma Bíblia de tamanho normal. Aí alguém pode perguntar: será que se pode escrever algo realmente relevante em tão pequeno espaço? É só analisar com atenção essas duas pequeninas cartas para ver que sim.
  Na Segunda Epístola o apóstolo investe com força descomunal contra pessoas que “não confessam que Jesus Cristo veio em carne” (verso 7). Parece até um exagero. Parece. Porém, logo adiante, o escritor nos dá uma pista do por que de tanta preocupação, quando fala das “más obras” dos adeptos das falsas doutrinas (verso 11). A questão é esta: doutrinas erradas conduzem a comportamentos errados. Crer num Cristo “desencarnado” é crer em alguém que não vivenciou aquilo que ensinou, uma vez que nem viveu, de fato, a condição humana. O que desobrigaria os seguidores de tal “cristo” de praticar aquilo que proclamam. É claro que tudo isso contraria frontalmente os ensinos daquele que disse: “Nem todo que me diz, Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mateus 7.21).
  Ser cristão é viver os ensinos de Cristo, o apóstolo saúda o seu destinatário dizendo: “Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma” (verso 2). Isso também tem a ver com a “encarnação” do Evangelho. Se desejarmos que as pessoas estejam bem “em todas as coisas”, vamos trabalhar para que elas estejam bem física e materialmente. Os seres humanos não são almas desencarnadas. Eles têm necessidades físicas. Claro que as necessidades espirituais são mais importantes. Mas, em certas situações, se não atentarmos para suas necessidades físicas, eles nem terão como ouvir o que estamos pregando e não poderão receber as bênçãos espirituais.
  O apóstolo João teve que lidar com muitos problemas no desempenho de sua missão como superintendente de igrejas locais. Já em seu tempo havia os disseminadores de doutrinas falsas e obreiros insubmissos, como tal de Diótrefes, que ele menciona em sua Terceira Epístola. Mas o “Apóstolo do amor” não se tornou em uma pessoal amarga, pessimista. Não. Ele tinha os olhos abertos também para o que havia de bom no seio das igrejas. Na Segunda Epístola, ele menciona pessoas que “andam na verdade” e diz: “Muito me alegro” (verso 4). Na Terceira Epístola, ele diz algo semelhante: “Não tenho maior gozo do que este: o de ouvir que os meus filhos andam na verdade”. E aí fala dos que “Pelo seu nome saíram, nada tomando dos gentios” (versos 4 e 7). O mau procedimento de Diótrefes não o impede de perceber e de elogiar o bom comportamento de Gaio (verso 3) e de Demétrio (verso 12).
  Aprendamos com o apóstolo João a combater o erro sem perder a capacidade de perceber e de proclamar o que houve de positivo, alegrando-nos sempre em decorrência disso.

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