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Brasília, 18 de maio de 2008.

A ARCA DE JUNCOS E O SACO DE LIXO

  Não faz muito tempo, uma pessoa percebeu algo estranho, boiando na Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. Pareceu-lhe ouvir algum som vindo dali, e parecia que algo se movia dentro daquilo. Qual não foi sua surpresa, ao resgatar o estranho objeto, ao ver que se tratava de um bebê, colocado dentro de um saco de lixo! O Brasil inteiro ficou perplexo, quando se divulgou que a autora de tal atrocidade havia sido a própria mãe do bebê! O saco de lixo, feito de material impermeável, serviria para matar a criança asfixiada, impedir que qualquer pessoa a pudesse ver e permitir que as águas a levassem para uma distância tal que livrasse a mãe de qualquer suspeita. Que saco de lixo sinistro!
  Lá no Egito, há uns quatro mil anos atrás, uma princesa também achou um bebê chorando, na superfície do rio Nilo, dentro de um dispositivo improvisado. A criança estava acomodada no interior de uma cestinha, deita de juncos. Recoberta por substâncias impermeabilizantes, a cesta formava uma espécie de arca, cujo objetivo era salvar a criança, ocultando-se de quem a quisesse matar e levando-a para perto de alguém que a pudesse proteger. Aquela arca tão simples, feita pelas mãos de uma mãe amorosa, contribuiu para mudar a história da humanidade. O bebê sobreviveu, recebeu o nome de Moisés e tornou-se num dos maiores líderes que o mundo já conheceu.
  As mães e, por extensão, toda a sociedade moderna, têm as opções de colocar suas crianças em sacos de lixo ou em arcas salvadoras. Colocar num saco de lixo é mantê-las dentro de ambientes insalubres, não apenas nos aspectos físicos, mas também morais e espirituais. Saco de lixo significa descaso, irresponsabilidade, egoísmo.
Arca salvadora é amor, cuidado, preocupação com o futuro das crianças.
  Os juncos que formavam a estrutura da arca representam cuidados e provisões que ganharam a segurança e o bem-estar, tanto físicos como espirituais e morais para os filhos pequenos. A impermeabilização da arca representa princípios e valores, inculcados na mente e no coração, para que as “águas” da falta de conhecimento de Deus e da corrupção moral não as afoguem.
  A repetição de notícias, cada vez mais escabrosas, acerca de violências praticadas contra crianças; a pouca importância que se tem dado à qualidade dos programas de televisão e demais meios de entretenimento disponibilizados para os pequeninos, sem contar o pouco caso com a pedofilia e a pornografia, nos mostram que há inúmeras crianças abandonadas, dentro de sacos de lixo, por aí. Quem está disposto a lutar para que elas sejam transportadas para “arcas de junco” salvadoras?

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