Brasília, 04 de maio de 2008.
Há quem pense que o trabalho é consequência do pecado. Quem pensa assim está enganado. A Bíblia diz que Adão já trabalhava antes de haver pecado (Gn 2.15). E tem mais: depois que o pecado for banido deste mundo e nós já estivermos vivendo nos novos céus e na nova Terra, vamos continuar trabalhando. Aquele “céu” que as pessoas não fazem nada além de descansar, não existe (Ap 22.1-5).
O que aconteceu como consequência do pecado foi que o trabalho humano se tornou penoso, cheios de tensões e bem menos produtivo do que era antes. O próprio desequilíbrio que o pecado introduziu no mundo fez com que o nosso trabalho ficasse difícil e menos eficiente. O castigo pelo pecado é produzido pelo próprio pecado. É assim com respeito ao trabalho e também em todas as outras áreas de nosso viver.
O trabalho em si, não é ruim. Pelo contrário: é uma bênção. O mal, mesmo, é não poder ou não querer trabalhar. A vida sem utilidade é muito triste. Cada pessoa que já existiu, que exista ou que venha a existir neste mundo, foi, é, ou será criada para acrescentar algo ao Cosmo. Perdição é, ao final da vida, ter saldo zero ou negativo “na conta” da existência.
Qualquer trabalho honesto, por mais humilde que seja, é importante e deve ser feito com muito amor (Ec 9.10). O trabalho feito com prazer faz bem à mente e ao coração e, consequentemente, a todo o corpo. É por isso que pessoas inteligentes, mesmo quando não precisam trabalhar para garantir sua subsistência, pessoas que tem uma grande soma de dinheiro trabalhando para elas ou que já possuem uma aposentadoria mais do que suficiente para adquirir tudo o que desejarem, mesmo assim continuam trabalhando, ocupando-se em alguma coisa útil.
Falando de sua fé ou não, enquanto trabalham, cristãos verdadeiros glorificam a Deus com sua atuação profissional. Se a presença deles não produzisse nenhuma mudança espiritual nas pessoas ou no ambiente em que trabalham, a bênção e a glória de Deus estariam na obra de suas mãos. Mas é impossível que a presença de um servo ou de uma serva de Deus não produza um impacto transformador nas pessoas e no ambiente em que atuam. Sua maneira de lidar com seus semelhantes e com as situações, fala de sua fé. Suas orações, mesmo silenciosas, atraem o poder transformador de Deus para onde estão.
Se não perdermos as oportunidades que surgirem para explicar “a razão da esperança que há em nós” (I Pe 3.15), nossa presença será mais abençoadora ainda. Vale a pena estar lá no local de trabalho só para esperar por essas oportunidades e, quando surgirem, deixarmo-nos ser meros instrumentos nas mãos de Deus para fazer o que Ele quiser.
Bem, existe também o trabalho que fazemos para Deus fora do ambiente de trabalho profissional. Só as atividades que realizamos ao longo dos nossos cultos no templo e fora dele. É a nossa participação nas atividades de nossa igreja, evangelizando, combatendo em oração, exercendo atividades de ação sócio evangelísticas, e tantas outras.
Quando servimos a Deus, estamos abençoados, de uma maneira ou de outra. E sabe quem é a pessoa a quem mais abençoamos enquanto trabalhamos? A nós mesmos. Somos abençoados enquanto abençoamos. Adquirimos mais saúde, somos aperfeiçoados como pessoas humanas, desenvolvemo-nos em áreas que nem imaginamos que estão sendo trabalhadas. A memória, os reflexos, a inteligência, a comunicação oral e até escrita, enfim, todas as áreas do nosso ser e viver. É, realmente, uma grande bênção o trabalho!
“E servireis ao Senhor, vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e tirarei do meio de vós as enfermidades” (Êxodo 23.25).