Brasília, 27 de maio de 2007.
Dizem que a democracia é o pior dos sistemas de governo, exceto todos os outros. Em outras palavras, ela tem os seus defeitos, mas ainda não inventaram algo melhor.
Numa democracia o grupo de pessoas, sejam os cidadãos de um país, de um município, bairro ou mesmo de um condomínio, decide as coisas que sejam do interesse comum, com isso gerenciando o seu próprio destino.
A liberdade inerente a cada indivíduo e coletividade para decidir seu próprio destino é algo outorgado pelo próprio Deus. todos nós sabemos que o Criador poderia ter-nos feito como robôs, isto é, como máquinas programadas para obedecê-lo. Mas Ele preferiu criar-nos como seres livres. Deus não obriga ninguém a fazer nada. Ele semrpe mostra as opções que temos, avisa acerca das consequências de cada uma e deixa a decisão conosco. Assim foi com o primeiro casal, Adão e Eva (Gn 2.16, 17), com Caim (Gn 4.6, 7), com Sansão (Jz 16.17), com Salomão (I Re 9.4-9), e é com todos nós.
É do agrado de Deus, também, que as coletividades decidam os seus destinos. Mais de uma vez Ele deixou isto claro para o povo de Israel (Dt 30.15-20; Js 24.14, 15; I Sm 8.7-9; Jr 42.1-18; etc). Na Era da Igreja nós vemos a coletividade decidindo, claro que buscando a orientação do Espírito Santo, na escolha do substituto para Judas Iscariotes (At 1.21-26), na eleição dos primeiros diáconos (At 6.3-6) e na decisão quanto à observância ou não dos tiros mosaicos (At 15.22-29).
A democracia exercida em uma determinada época e lugar pode ser mais ou menos aperfeiçoada. Isso depende do nível médio de educação e conscientização do grupo, da experiência do mesmo grupo, das pressões externas e assim por diante.
Quando pensamos em responsabilidades coletivas, devemos nos lembrar das duas naturezas de cidadania que nos são próprias. Ademais dessa cidadania aqui na Terra, somos cidadãos brasileiros e temos, também, o dever de exercer essa cidadania da melhor maneira possível. A maneira como a democracia é exercida em nosso solo pátrio é da nossa conta, sim.
A democracia brasileira ainda tem muito que melhorar. Suas imperfeições se devem ao fato de sermos uma nação relativamente jovem, das particularidades de nossa própria História, incluindo-se aí o fato de termos tido poucos e curtos períodos de governos democráticos, da baixa escolaridade média de nossa gente, e de outras circunstancias.
Mas temos que reconhecer que, graças a Deus, nossas instituições e nossos processos de governo têm melhorado muito. Eu creio que, como pano de fundo para tudo isto, está o crescimento do Evangelho em nosso país e as orações intercessórias do povo de Deus. E se nós, como Igreja do Senhor Jesus, nos empenharmos mais, inclusive intensificando as nossas orações, as coisas melhorarão mais ainda.
É preciso orar para melhorar!