Brasília, 8 de abril de 2007.
É verdade que o preço de nossa salvação foi pago por Jesus no Calvário. Mas nós não jejuamos para pagar pela salvação, assim como não oramos, lemos a Bíblia ou damos o dízimo com essa finalidade. O jejum faz parte das “coisas que acompanham a salvação” (Hb 6.9).
Em Is 58.2-7 o Senhor repova o jejum feito com má intenção (VS 4) e dissociado de uma vida de retidão. Isso não quer dizer que, dali em diante, ninguém deveria jejuar mais. Tanto que Jesus jejuava (Mt 4.2; 17.21) e também os crentes da Igreja primitiva (At 13.2; II Co 11.27). Veja-se como Jesus lida com questão semelhante em Mt 23.23.
Para Jesus, jejuar é algo tão natural que ele nem nos manda jejuar. Ele, simplesmente diz: “Quando jejuardes…” (Mt 6.16). Portanto, todo cristão deve familiarizar-se com esta prática.
Abstinência voluntária de alimentos com objetivos espirituais, significa deixar o espírito exercer domínio sobre a carne (Rm 8.6-9, 13). Em tal situação temos mais autoridade espiritual (Mt 17.21) e nossa oração é mais poderosa. Precisamos entender que algumas de nossas batalhas incomodam ao inferno mais que outras (Dn 10.12, 13).
Obs.: Princípio semelhante à abstinência de alimentos se encontra na abstinência sexual para pessoas casadas (I Co 7.5).
Só não podemos estar em jejum permanente porque precisamos do corpo físico para viver neste mundo. Não podemos destruí-lo (I Co 3.16, 17). Precisamos jejuar, mas temos que fazê-lo com cuidado.
1. Jejum total é quando não se come absolutamente nada durante um certo período (Et 4.16). Beber água não descaracteriza o jejum total, especialmente se ele dura mais de dois dias;
2. O jejum é parcial quando se deixa de ingerir apenas determinados alimentos (Dt 10.2,3);
3. Em geral, o jejum faz bem a saúde. Mas há casos em que pode fazer mal. Exemplos: senhoras gestantes, pessoas em convalescência, pessoas que tenham atividades físicas intensas. Nestes casos, é melhor moderar ou até evitar o jejum. É válido que alguém jejue no lugar de quem não pode;
4. A duração e o tipo de jejum dependem da gravidade da causa pela qual se jejua, das condições físicas de quem jejua, das circunstâncias em que vive e até da prática que tem de jejuar. Jz 20.26; Ne 1.4; Et 4.16; Dn 10.2, 3;
5. Quem não tem o hábito de jejuar deve começar jejuando pouco (das 22 às 10h, por exemplo) e depois ir aumentando (22h às 12h; 22h às 18h e assim por diante). Não se pode “tirar o atraso” após o jejum. Nem é necessário. Um jejum prolongado exige preparação e também cuidados após o término;
6. O período de jejum deve começar e terminar com oração. Durante o período deve-se orar o quanto possível. O ideal é fazê-lo num lugar à parte, onde se possa ler a Palavra, louvar ao Senhor e até descansar (quando o jejum for longo);
7. Escovar os dentes e tomar banho não prejudicam o jejum, quando o período é longo, há intensa eliminação de toxinas, tornando o hálito e o suor muito fétidos.