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Brasília, 3 de dezembro de 2006.

SÍMBOLOS E REALIDADES

  Nós, evangélicos, não temos nenhum sacramento. Temos duas celebrações que se parecem com o que certos segmentos da cristandade chamam de sacramentos: A Ceia do Senhor e o Batismo em Águas. Parecem, mas não são.
  Para nós a Ceia do Senhor e o Batismo em águas não são sacramentos porque eles não têm nenhum poder intrínseco. A Ceia não produz comunhão nem o Batismo produz novo nascimento. Eles representam aquelas realidades espirituais. Como acostumamos dizer sobre o batismo, se a pessoa não tiver experimentado o novo nascimento, o que vai acontecer é chegar um pecador enxuto e sair um pecador molhado.
  As ordenanças têm seu valor. Claro, se não tivessem o Senhor Jesus não as teria estabelecido. Embora elas não produzam as realidades espirituais, elas as proclamam, incentivam, reforçam. A Bíblia diz: “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha” (I Coríntios 11.26). Anunciar a morte do Senhor é muito importante.
  Por outro lado, se damos ênfase exagerada às cerimônias, corremos o risco de dar menor importância àquilo que elas representam. O foco fica prioritariamente, senão exclusivamente, nas cerimônias.
  Se o pão “se transforma no corpo de Cristo, tal como está no céu” então, basta comê-lo com a máxima reverência. O que mais seria necessário fazer? Nada. Ocorre que o sentido da Ceia do Senhor não é esse. A Ceia do Senhor, como qualquer ceia que se preze, deve ser realizada em grupo, entre família ou, no mínimo, entre amigos. Ela tem o sentido da nossa comunhão com Cristo, mas tem também o sentido da nossa comunhão uns com os outros. Mesmo a nossa comunhão com Cristo tem a ver com a nossa comunhão uns com os outros. A Ceia só existe porque Jesus morreu pelos pecadores. Morreu para que os pecadores fossem salvos e pudessem viver em família. Temos comunhão com Ele na medida em que há em nós o mesmo interesse pela salvação das pessoas.
  O batismo, por sua vez, tem o sentido do testemunho. Quem se submete a ele está dando testemunho de seu arrependimento e submissão ao Senhor Jesus. Ele tem também o sentido do testemunho da congregação que o promove. A congregação está dizendo às pessoas que estão à sua volta em que é que ela crê e o que é que espera das pessoas que ainda não pertencem a ela. É por isso que o batismo deve ser tão público e tão visível quando possível.
  Por outro lado, se batismo é testemunho, é necessário que o batizando saiba o que está fazendo. Não tem nenhum valor o testemunho de uma pessoa que não sabe o que está dizendo. Ou tem? Claro que não.
Para que as pessoas, pelo batismo, deem um testemunho válido, é que a igreja e ensina a Palavra de Deus. Foi por isso que o Senhor Jesus nos ordenou:
  “Ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado, e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mateus 28.19, 20).

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