Brasília, 24 de setembro de 2006.
Embora esta palavra, talvez, já esteja um tanto desgastada, para um verdadeiro cristão ela tem uma importância ainda maior do que para as pessoas comuns. Cidadania é, para nós, um conceito muito relevante.
Somos cidadãos de dois mundos. Cidadãos de um (ou mais) país (es), deste mundo por nascimento ou por opção, em decorrência das leis daqui (At 21.39). Cidadãos do céu desde o momento de nossa conversão (Fp 3.20).
Jesus Cristo veio a este mundo nos trazer o Reino de Deus (Mt 4.17). O Reino de Deus já está aqui (Lc 17.20, 21). Quando nos convertemos, pela ação do Espírito Santo e da Palavra, nascemos para o Reino de Deus, passamos a ter a cidadania sobrenatural (Jo 3.3-6).
Para nós, a cidadania espiritual é a mais importante (Mt 6.9, 10, 33). No entanto, ao contrário de nos isentarem dos nossos compromissos para com a cidadania terrena, nossos vínculos com o Reino dos Céus nos tornam mais comprometidos com ela (I Pe 2.11-17). Um bom cidadão do céu é, necessariamente, um bom cidadão da Terra (Mt 5.13-16; Ef 4.28; II Ts 3.6-12).
U ma coisa muito interessante a observar é que os bons princípios da cidadania terrena são princípios bíblicos. Se procurarmos seguir os bons exemplos que a Bíblia mostra e os preceitos que ela estabelece, vamos respeitar a vontade popular (Gn 31.4, 16; Dt 30.19; Js 24.14, 15; I Sm 8.1-9; I Cr 13.1-4; At 6.1-6). Devemos respeitar os direitos do indivíduo (Ex 23.1-3; dt 16.18-20; Mt 7.12). vamos entender que ninguém, nem mesmo os líderes nacionais, está acima da lei (Dt 17.18-20). Vamos compreender o quanto importante é dar uma boa formação ao povo para que ele saiba fazer boas escolhas (Dt 31.9-13).
O que se espera de um cidadão do céu em relação aos seus compromissos com a cidadania terrena é que ele deseje o bem de seu país (I Tm 2.1-3). Que respeite as autoridades e as leis humanas (Rm 13.1-5). Que seja um bom chefe e um bom subordinado em suas atividades seculares (Ef 6.5-9; Tg 5.4). Que pague seus impostos direitinho (Rm 13. 6, 7). Que lute pelos seus direitos e pelos direitos dos outros (At 16.36-39; 22.25-29; 24.10-19; 25.9-11). Que seja puro, mas também sábio (Mt 10.16).
Nossa situação, hoje, é semelhante à do povo de Israel em Babilônia: não vamos ficar aqui para sempre, mas não há razão para querer o mal da cidade onde vivemos. Foi por isso que o Senhor mandou uma carta aos israelitas onde estava escrito:
“Procurai a paz da cidade para onde voa diz transportar e orai por ela ao Senhor porque na sua paz vós tereis paz” (Jeremias 29.7).