Brasília, 19 de setembro de 2005.
Nos cristianismos “de um e noventa e nove” que existem por aí aparece cada coisa. Agora estão ensinando até que nós não precisamos mais orar e jejuar. Dizem os propagadores destes evangelhos “de liquidação” que Jesus já fez tudo por nós. Portanto, dizem eles, não temos que fazer mais nenhum esforço. Como vamos chamar isso? Acho que “Teologia da Preguiça” é uma expressão bem empregada para esse caso.
Jesus fez e faz por nós o que nós não podíamos e nem podemos fazer. O resto é por nossa conta. E tem mias: há muitas coisas que nós nem fazemos por nós mesmos e, sim, em prol do Reino de Deus. sim, fazemos para o próprio Deus. Afinal, nós somos parceiros do Senhor na realização do seu grande projeto de restauração de tudo.
Muitas vezes oramos e jejuamos em nosso próprio benefício. Outras vezes fazemo-lo para beneficiar outras pessoas.
Atenção: todo o esforço que fazemos não é com a intenção de obter a salvação. Quem comprou nossa salvação foi o Senhor Jesus. Ele nos salva sem nenhum custo para nós. Mas nos esforçamos, trabalhamos e lutamos no exercício de nossa salvação. Na expressão do apóstolo Paulo, “operando a nossa salvação” (Fp 2.12)
No maravilhoso Sermão do Monte o Senhor Jesus usou as expressões “quando orares” e “quando jejuares” (Mt 6.6,16) logo, Ele espera que nós oremos e jejuemos. Se ele espera que nós as façamos é porque são importantes.
O apóstolo Paulo, um cristão exemplar, orava e jejuava com frequência (II Co 11.27). os seguidores mais fieis do Senhor Jesus, os que mais fizeram pela obra do evangelho ao longo da história, tinham na oração e no jejum suas armas preferidas. Basta ler suas biografias para conferir.
Com respeito à oração, gostaria de dizer duas coisas mais. Primeira: ela tem que ser algo mais do que um “me dá, me dá”, ou seja, deve incluir adoração, ações de graças e intercessão. Segunda: não pode ser uma mera “reza”, uma repetição vã de palavras decoradas como fala de papagaio.
Agora me deixe dizer algo mais também sobre o jejum. Ele deve começar e terminar com oração, e incluir tantos outros momentos de oração entre o início e o final quantos forem possíveis. Não adianta nada jejuar nos intervalos das refeições. Assim não é jejum. Para ser jejum, mesmo, deve-se “pular” uma ou mais refeições. Quanto a beber água ou não, depende da resistência física e a prática de quem está jejuando. Sim, jejuar é uma prática que se adquire e se aperfeiçoa. Outra coisa: se você “tirar o atraso” ao final do jejum, ele perde seu valor.
Quem quiser aprender mais sobre jejum e oração consulte os bons livros que há nas livrarias evangélicas (cuidado com a literatura da “teologia da preguiça”). Este pastor tem uma modesta contribuição chamada “Berseba, Abençoado Manancial da Aliança” que, evidentemente, recomenda.