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Brasília, 30 de janeiro de 2005.

APRENDENDO A NÃO FAZER

  No capítulo 15 do 2º livro de Samuel, começa uma das maiores crises da história do povo de Israel em geral e do rei Davi em particular. Como em todas as outras, podemos aprender muito com aquela crise.
  A primeira coisa que se aprende, prestando atenção a um detalhe, narrado no verso 13, é: não dê valor a toda a notícia ruim que ouvir. Ali está escrito: “Então veio um mensageiro a Davi, dizendo: O coração de cada um em Israel segue a Absalão”. Aquilo não era verdade. Muita gente seguia a Absalão, filho de Davi que fizera um levante contra o próprio pai, mas não eram todas as pessoas. Muita gente não é o mesmo que todo mundo. Por exemplo, o verso 11 diz: “E de Jerusalém foram com Absalão duzentos homens convidados, porém iam na sua simplicidade, porque nada sabiam daquele negócio”.
  Nas crises ficamos fragilizados. Temos a tendência de supervalorizar os problemas. Uma dificuldade pequena passa a ser vista como sendo enorme. Precisamos estar atentos a isso.
  Outra lição: não percamos a noção do valor que temos. Se nos depreciamos a nós mesmos, perdemos uma boa parte de nossa capacidade de reagir aos problemas. É como se abríssemos mão da nossa força. Olhe aqui: O que você é, você é. Dentro da crise e fora dela. Aquilo que Deus lhe deu você tem: inteligência, conhecimento, experiência, força para trabalhar. Não abra mão disso. Use os recursos que Deus lhe deu.
  Das palavras de Davi, registradas no verso 19, vê-se que ele estava bem inseguro a respeito do que ele mesmo era: “Disse, pois, o rei a Itaí, o giteu: Por que irás tu também conosco? Volta, e fica-te com o rei, porque estrangeiro és e também te tornarás ao teu lugar”. Neste verso aparecem referências a dois reis: um, o rei Davi, é quem está falando e é o verdadeiro. O outro é falso, é um impostor. Mas quem está chamando impostor de “rei” é o próprio Davi. No desespero, ele está aceitando sua própria deposição. Pobre Davi!
  Lá pelo capítulo 20 de 2º Samuel a crise acaba. É sempre assim: toda crise tem fim. O que temos a fazer é administrar a crise, o melhor que seja possível, amenizando ou até eliminando os prejuízos. Tudo vai depender de como nos comportamos. No caso de Davi, os prejuízos foram muito grandes. Seriam bem menores, certamente, se ele não tivesse dado tanta importância aos alarmistas e se tivesse dado mais valor a si mesmo. Aprendamos a lição e evitemos cometer os mesmos erros.
  Apesar de tudo, Davi não saiu derrotado da crise. Ocorre que ele não cometeu apenas erros, ele teve acertos também. Vale a pena examinar atentamente os capítulos finais do 2º livro de Samuel para aprender com os acertos de Davi. A Bíblia é assim mesmo: ela nos ensina o que não fazer e também o que fazer. É, certamente, a melhor fonte de ensinamentos para um viver feliz e vitorioso.

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