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Brasília, 12 de setembro de 2004.

AMOR INDIRETO

  Duzentos homens da tribo de Benjamim que não tinham com quem se casar, foram aconselhados a roubar moças da cidade de Siló. Os pais das moças tinham toda a razão de ficarem irados: primeiro porque ninguém gosta de casar filha daquele jeito e segundo porque os homens de Benjamim estavam amaldiçoados. As pessoas que orientaram os raptores disseram-lhe o seguinte: “E será que, quando seus pais ou seus irmãos vierem a litigar conosco, nós lhes diremos: por amor de nós, tende compaixão deles, pois nesta guerra, não tomamos mulheres para cada um deles; porque não lhas destes vós, para que agora ficássemos culpados” (Juízes 21.22).
  Observe o detalhe: “Por amor de nós, tende compaixão deles”. Os amaldiçoados benjamitas seriam abençoados pelo amor que os cidadãos de Siló tinham pelos outros israelitas. Eu diria que eles foram “amados indiretamente”. Se dependesse de sua própria condição, só receberiam repúdio e ódio, mas por causa dos méritos de outras pessoas receberam aceitação e amizade.
  O amor, quando é grande, faz isto: extravasa ao ponto de atingir mais do que a pessoa amada. Aconteceu lá entre os israelitas, no episódio narrado no último capítulo do livro de Juízes, aconteceu em muitos outros episódios descritos na Bíblia, aconteceu em muitas outras circunstâncias não mencionadas pela Bíblia e acontece hoje em dia, felizmente. Graças a Deus, o amor existe, está presente em todo o mundo e seus efeitos maravilhosos estão acontecendo por toda a parte. O verdadeiro amor é tremendo!
  O amor é maravilhoso porque Deus é amor (I João 4.8b). O amor é eterno. As três pessoas divinas, Pai, Filho e Espírito Santo, são eternas, e entre elas sempre houve amor. Jesus orou ao Pai dizendo: “Tu me hás amado antes da fundação do mundo” (João 17.24b). o amor que há entre as pessoas divinas extravasou a ponto de nos alcançar. É algo tão maravilhoso que nossa mente não alcança.
  O Deus Santo ama aos pecadores porque Jesus, o Filho Unigênito de Deus, se fez homem e morreu pelos seres humanos que eram inimigos de Deus. O amor que Deus Pai tem por Jesus nos alcança. Por amor de Jesus Deus tem compaixão de nós.
  O que trouxe Deus até nós foi o amor. O que une Deus a nós é o amor. O que nos leva até Deus é o amor. Somos atraídos por seu grande amor e passamos a amá-lo. Por intermédio de Jesus nós recebemos o Espírito Santo e é este Maravilhoso Espírito que derrama o amor de Deus em nossos corações (Romanos 5.5).
  Devemos amar a Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma e de todo o nosso pensamento (Mateus 22.37). Ou seja, devemos amar muito a Deus, mas muito mesmo. Se amarmos assim a Deus, necessariamente vamos amar a muitas outras pessoas. Vamos amar até aos nossos inimigos. E não vai ser preciso fazer força para isso. O amor é o amor e se ele está presente age com eficácia. Será como um perfume que, estando aplicado em nosso corpo, é sentido por todas as pessoas que passarem perto de nós, quer elas nos sejam simpáticas, quer não.
  Por amor a Deus teremos compaixão de quem não merece. Afinal, o amor tem consequências práticas que são sempre boas. No Sermão do Monte o Senhor nos ensinou: “Eu, porém vos digo: amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mateus 5.44, 45). Sendo filhos de um Pai que ama aos injustos e maus, também seremos capazes de amá-los. Por amor a Deus teremos compaixão. Amém.

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