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Brasília, 29 de agosto de 2004.

REPETINDO, REPETINDO

  Em Mateus 6.7 Jesus nos ensinou: “E, orando, não useis de vãs repetições como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos”. O que seria isto? Será que nunca podemos repetir o mesmo pedido a Deus? Não, não é isso. Jesus não falou contra as repetições e sim contra as vãs repetições. Basta observar que o próprio Jesus repetiu pedidos ao Pai. No mesmo Evangelho de Mateus, capítulo 26, verso 44, lemos a respeito de Jesus: “E, deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras”.
  Curiosamente, após reprovar as vãs repetições, Jesus nos deu um modelo de oração que hoje chamamos de “oração do Pai nosso”. Aí, as pessoas pegam essa oração, que deveria servir apenas como uma referência, e a repetem, como papagaios, dez, vinte, trinta vezes, sem refletir no que estão dizendo. Isto, sim, que é vã repetição! Essa prática é uma verdadeira afronta ao Senhor!
  Uma das orações mais lindas, que encontramos na Bíblia está em I Samuel 1.11. É a oração de uma mulher aflita, humilhada, amargurada. Ali, quem está orando é Ana, a mulher estéril que precisava ter filhos para sair de uma situação de enorme constrangimento. Ela ora assim: “Senhor dos exércitos! Se benignamente atenderes para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, mas à tua serva deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha”.
  A oração de Ana é tão simples, tão infantil que chega a ser engraçada. Ninguém riu dela porque foi feita com lágrimas e em voz muito baixa. Mas o Espírito Santo a ouviu e mandou que fosse registrada na Bíblia para o nosso aprendizado.
  Olhando detalhadamente para a oração, vê-se que ela é muito repetitiva: “Se benignamente atenderes para a aflição da sua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não esqueceres, mas À tua serva deres um filho varão…”. Talvez fosse suficiente dizer: “Se me deres um filho varão…”. Afinal, Deus é inteligente.
  Sim, Deus é inteligente, mas é também sincero. Deus se agrada da sinceridade. A oração de Ana é muito simples porque é sincera. Ela é uma mulher simples, não sabe falar bonito e então ora com as palavras que sabe dizer. Sua oração é simples como sua própria alma. Ela afirma, mais adiante, no final do verso 15: “Tenho derramado a minha alma perante o Senhor”. Ela não tem nada a esconder e Deus gosta disso.
  Deus é sincero e é também sensível. Quando ela se humilha, se apresenta como serva, apela para a benignidade do Senhor e diz, chorando, “Lembra-te da tua serva e não te esqueças da tua serva”, toca profundamente no coração de Deus de amor. Bem disse o Salmista: “A um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Salmo 51.17).
  Deus é sensível e é também poderoso. Deu a Ana o filho que pediu e mais outros cinco (I Samuel 2.21). Além disso, o filho que ela consagrou ao Senhor, imaginando que ele seria apenas um serviçal no templo, tornou-se num dos maiores líderes da história do povo de Deus. Samuel governou a Israel, ungiu e foi conselheiro dos dois reis que o sucederam. Hemã, filho de Joel, neto de Samuel e bisneto de Ana foi um líder de grande expressão na área do louvor (I Crônicas 6.33). Como escreveu o apóstolo Paulo ao Senhor “É poderoso para fazer tudo muito abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos” (Efésios 3.20).
  Ore a esse Deus maravilhoso. Ore com simplicidade. Ore com sinceridade. Ore com fé. Ele vai ouvir sua oração. Amém.

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